Mageia, distro herdeira do Mandriva, chegou à sua nona edição, após mais de 2 anos desde seu último lançamento. O sistema se mantém conservador em seus valores, buscando estabilidade com leveza, compatível até mesmo com arquitetura 32-bit (com interface Xfce). Conheça as principais novidades do Mageia 9.
Um sistema mais leve e compatível
Um dos principais diferenciais destacados pelos desenvolvedores do Mageia 9 é que a instalação mínima do sistema (com os pacotes recomendados desabilitado), ocupa menos espaço em disco, é a menor quantidade desde o Mageia 4, lançado em 2014.
O sistema, disponível para BIOS/legacy e UEFI, oferece o kernel Linux 6.4 junto à suíte Mesa 23.1, com um bom suporte a novos hardwares, mas isso não significa que você precisa de um computador poderoso para utilizá-lo. Segundo informações oficiais, o Mageia 9 requer:
- Qualquer processador Intel, AMD ou VIA;
- Ao menos 512 MB de memória, para utilizar via terminal, mas caso queira uma interface leve, como o Xfce, ao menos 1 GB, ou 2 GB para DEs como GNOME e KDE;
- Pelo menos 5 GB de armazenamento para a instalação mínima ou 20 GB para a instalação casual, na prática, o sistema ocupa menos do que isso, mas é importante haver alguma sobra para atualizações e o usuário conseguir instalar algum programa ou salvar arquivos. Com conhecimento mais avançado em Linux, você pode reduzir essa quantia consideravelmente;
- Qualquer GPU AMD/ATI, Intel, Matrox, NVIDIA, SiS ou VIA;
- Qualquer placa de som AC 97, HDA, ou Sound Blaster.
Para alguns componentes, como placas de rede Wi-Fi, ou GPUs NVIDIA, pode ser necessário a instalação de software proprietário, nesse caso, o repositório “não livre” já vem habilitado por padrão.
A versão padrão do sistema apresenta interface KDE Plasma 5.27.5 com todas as suas novidades, acompanhado do KDE Frameworks 5.105 e KDE Gear 23.04.1. Você pode optar por outras DEs, como o GNOME 44.2, Xfce 4.18, LXQt 1.3.0, MATE 1.26.0 ou Cinnamon 5.6.
Mais espaço para o novo
Alguns componentes antigos finalmente estão dando espaço para novidades no Mageia 9, o banco de dados RPM, que até então se baseava no Berkeley DB, formato que perdeu suporte, agora foi migrado para o popular SQLite.
O módulo de suporte a NFS, código legado com 15 anos de idade, foi substituído por ferramentas específicas integradas ao sistema. O Mageia agora permite utilizar portas diferentes da 80 em servidores HTTP, alterna o curl em vez do GNU Wget ao baixar pacotes durante a instalação e torna o serviço do sistema NetworkManager a opção padrão na live ISO com KDE.
Apesar do PulseAudio ainda ser o servidor de som padrão, o usuário pode optar pelo PipeWire, se estiver buscando por recursos de minimização de latência.
A página de boas-vindas foi toda remodelada para uma abordagem mais linear, com uma sucessão de informações importantes para a pós-instalação. Até então, durante o uso de contêineres Docker no Mageia, por padrão, os dados eram armazenados em AUFS, agora, com o Docker 24, o armazenamento é baseado em overlay2, que oferece mais desempenho.
Em edições anteriores do sistema, usuários reclamam do alto gasto de armazenamento, principalmente em dispositivos mais limitados, quando há diversas versões do kernel instaladas, para isso, no Mageia 9 há uma ferramenta denominada remove-old-kernels. Ela funciona em segundo plano, sem a necessidade de interferência do usuário, com inspeções semanais, mantendo apenas as três edições mais recentes do kernel instaladas.
Para instalar o Mageia 9, baixe a imagem do sistema pelo site oficial. Caso você já tenha o Mageia 8, pode simplesmente atualizar o sistema, mantendo todas as suas configurações. Para isso, lembre-se de antes desinstalar qualquer pacote 32 bits, eles estão marcados com o rótulo “devel”, além disso, tenha ao menos 2 GB de espaço em disco livre, atualize todos os pacotes e faça o upgrade pelo Mageia Update.
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