Num mundo onde os ambientes desktop parecem competir para ver quem tem mais recursos, o Trinity Desktop Environment é como aquele nostálgico que acredita que “no meu tempo é que era bom”. A versão R14.1.4 chega agora com um pé no passado glorioso do KDE 3.5 e outro no presente.
Um visual entre o passado e o presente
Quem pensa que ambiente desktop clássico precisa ser cinza e quadrado vai se surpreender com as 22 novas opções de papel de parede vetoriais que chegam nesta versão. E para quem gosta de personalizar até o último pixel, são 15 novos esquemas de cores que vão desde tons terrosos até combinações mais chamativas.
O gerenciador de janelas Dekorator recebeu tantas melhorias que quase merecia um sobrenome. Agora com suporte a transparências, bordas sombreadas e tratamento especial para janelas inativas.
Funcionalidades que deixariam o KDE 3.5 orgulhoso
Nesta versão, até os emojis ganharam espaço, com suporte completo a caracteres Unicode avançados. O KPDF, aquele visualizador de documentos que muitos juraram que nunca precisariam de abas, agora… bem, tem abas. E o calendário, que antes tratava links como meros textos decorativos, finalmente aprendeu que aqueles endereços azulados serviam para algo.
Para os administradores de sistema que ainda resistem a migrar para ferramentas modernas, com o novo módulo tdealternatives, gerenciar alternativas em sistemas DEB e RPM nunca foi tão… bem, continua sendo chato, mas pelo menos agora é um pouco menos doloroso. E falando em dor, as conexões VPN finalmente deixaram de ser aquela feature que todos sabiam que existia mas ninguém conseguia fazer funcionar direito.
Enquanto alguns ambientes desktop parecem acreditar que todos os usuários têm máquinas com menos de 5 anos, o TDE mantém sua filosofia de rodar até em um Pentium 4. A compatibilidade com GCC 15 e Poppler 25.01+ mostra que o projeto está de olho no futuro, sem nunca perder de vista sua essência minimalista.
A lista de distribuições suportadas pela série 14 do Trinity Desktop parece um catálogo de história do Linux moderno, indo do Ubuntu 25.04 e Fedora 43, passando por praticamente tudo que tem um kernel e um gerenciador de pacotes até a longínqua era do Ubuntu 10.04.
Para quem ainda lembra como se compilava código nos anos 2000
Os desenvolvedores e mantenedores de pacotes foram presenteados com uma série de mudanças que simplificam (um pouco) a vida. O suporte ao autotools foi para o mesmo lugar onde estão os disquetes – ou seja, virou história. O CMake agora reina absoluto, com a versão mínima exigida saltando para 3.10.
Para os saudosistas de plantão (ou simplesmente para quem gosta de um desktop leve), o TDE R14.1.4 está disponível no site oficial do projeto.
