“Não deixem os jogos morrer” - Governo Britânico responde à petição
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“Não deixem os jogos morrer” – Governo Britânico responde à petição

Um dos problemas do mundo atual é quando algum software ou serviço que a gente utiliza deixa de ficar disponível irreversivelmente. Isso tipicamente acontece com jogos, onde o consumidor compra um título que requer acesso à internet, seja porque só funciona online, ou para validar a licença, e um dia os servidores da empresa desenvolvedora deixam de funcionar, deixando seus jogos morrer.

Por isso, iniciou-se um movimento chamado “Stop Killing Games”, que recorre aos direitos dos consumidores de vários países, em busca das empresas criarem meios de manter seus novos jogos vivos mesmo após deixarem de ser mantidos. 

Tipicamente esse tipo de ação demora a chegar a uma solução, mas já tivemos uma resposta inicial de um governo, o do Reino Unido. Em terras britânicas, para uma petição ser votada pelo parlamento, deve chegar a 100 mil assinaturas de cidadãos locais, mas com pelo menos 10 mil, o governo deve emitir uma opinião sobre o assunto. Até o momento, foram mais de 17 mil assinaturas.

É verdade, quer dizer, às vezes não

O mundo gamer, como todo nicho, é bastante particular, quem nunca teve um contato mais profundo dificilmente entende como funciona. Ao mesmo tempo que a resposta do governo pareceu positiva em alguns pontos aos jogadores indignados, analisando mais profundamente as palavras, percebemos que utilizaram construções neutras.

Em tradução livre, o resumo oficial da resposta é “Jogos comercializados devem seguir as leis dos consumidores do Reino Unido. Eles devem prover informações claras e permitir acesso contínuo aos jogos caso forem vendidos sob o entendimento de que poderão ser jogados indefinidamente.”

Raros são os jogos divulgados como disponíveis indefinidamente, no Steam, por exemplo, você adquire uma licença, não o jogo em si. A resposta completa inclui muito mais palavras, 723 para ser mais exato. 

Eles mencionam que “Pode haver ocasiões onde companhias fazem decisões comerciais baseadas no alto custo em manter servidores antigos para jogos com uma base de usuários em declínio”. Isso mostra que eles não entenderam exatamente o ponto da petição que quer evitar jogos morrerem.

O movimento Stop Killing Games deixa bem claro que entende a inviabilidade de manter servidores funcionando indefinidamente. O que eles pedem é, para quando as empresas forem abandonar seu jogo, lançarem uma atualização permitindo os usuários criarem seus próprios servidores, ou então que desliguem a validação online. Desse modo, os jogadores interessados podem criar suas próprias formas de seguir jogando. Outra solução é o caminho imortal do open source, abrindo o código-fonte, alguém sempre poderá seguir o legado do jogo e até mesmo criar coisas novas a partir dele.

Parece que será difícil explicar claramente o problema para quem não está integrado ao universo dos videogames. Além disso, regulamentações estatais costumam vir com efeitos colaterais com o potencial de tolher especialmente pequenos empreendimentos, que não tem condições de arcar com custos jurídicos.

Empresas que aproveitarem este movimento para criar e divulgar jogos que atendem aos pedidos tem o potencial de chamarem muita atenção dos consumidores e vender ainda mais. Por outro lado, jogos lançados com esse tipo de restrição indesejada, que deixarem os jogos morrer, contribuirão para o trabalho dos desenvolvedores ser esquecido com o tempo e ainda poderão manchar a reputação da própria marca.

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