O Steam Deck conquistou seu espaço como um dos melhores portáteis para jogos de PC, mas será que ele pode realmente substituir um computador tradicional? Muitos usuários já tentaram transformar o portátil da Valve em uma estação de trabalho móvel, mas a experiência nem sempre é tão simples quanto parece.
Entre modos de desktop, sistemas imutáveis e limitações de hardware, usar o Steam Deck como um PC de verdade exige algumas adaptações – e nem sempre vale a pena.
Uma experiência limitada
Assim que ligamos o Steam Deck, ele inicia automaticamente no Gaming Mode, uma interface otimizada para jogos. Se quisermos algo mais parecido com um computador tradicional, precisamos acessar o Desktop Mode, que roda o KDE Plasma.
Aqui, temos acesso a uma loja de aplicativos (Discover), suporte a flatpak e até mesmo a possibilidade de instalar navegadores, editores de texto e ferramentas básicas. Mas será que isso é suficiente para um uso produtivo?
O problema do sistema imutável
O Steam OS é um sistema imutável, o que significa que alterações em pastas críticas são apagadas após cada atualização. Quer instalar um programa que exige modificações no sistema? Esqueça – a menos que esteja disposto a usar soluções como Distrobox ou desbloquear manualmente partições.
Para quem precisa de um ambiente estável para trabalho, essa característica pode ser um grande obstáculo.
Vale a pena usar o Steam Deck como PC principal?
Se o objetivo é apenas navegar na web, assistir vídeos ou usar aplicativos como Discord e WhatsApp, o Steam Deck cumpre seu papel. Ele roda navegadores como Chrome e Firefox sem grandes problemas, e a experiência em modo desktop é funcional para tarefas simples.
Agora, se a ideia é editar vídeos, programar ou rodar softwares profissionais, o Steam Deck não é a melhor escolha.
- Hardware limitado: mesmo com seu processador AMD Zen 2 e GPU RDNA 2, ele não foi feito para tarefas intensivas como renderização ou edição 4K;
- Falta de suporte a alguns aplicativos: programas como DaVinci Resolve podem não rodar bem (ou sequer instalarem corretamente);
- Teclado e Mouse? Só com Acessórios: A tela pequena e a falta de um teclado físico tornam a produtividade mais lenta.
Ou seja, se o trabalho exige um computador de verdade, um laptop ainda é a opção mais sensata.
Se o Steam Deck não é ideal para trabalho, quais são as opções para quem quer um sistema que jogue bem e também seja produtivo?
O meio-termo
Para quem tende para o lado Linux da força, algumas distribuições oferecem um equilíbrio melhor entre jogos e produtividade:
- Bazzite: baseada no Fedora, é otimizada para jogos mas mantém flexibilidade para trabalho;
- Garuda Linux: focada em desempenho, traz pré-configurações para gamers;
- Pop!_OS: Desenvolvida pela System76, tem bom suporte a drivers Nvidia e é estável para trabalho e para jogos, embora não tenha nenhum recurso realmente específico para os gamers.
O Steam Deck é, antes de tudo, um console portátil – e funciona muito bem nesse papel. Tentar transformá-lo em um PC completo pode ser frustrante, a menos que estejamos falando de tarefas básicas e ocasionais.Este conteúdo é um corte do Diocast. Assista na íntegra ao episódio onde conversamos sobre como o cenário dos consoles portáteis parecia confinado a um nicho de entusiastas. No entanto, o sucesso do SteamDeck da Valve reacendeu o interesse do público por esse formato de jogatina, provando que há um vasto mercado sedento por experiências de alta qualidade.