Ubuntu pensa em dividir pacotes de firmware para enxugar atualizações
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Ubuntu cogita dividir pacotes de firmware para enxugar atualizações

O Ubuntu está enfrentando um dilema tecnológico que afeta diretamente quem depende de conexões limitadas ou simplesmente não gosta de esperar por downloads intermináveis. O pacote linux-firmware, responsável por reunir drivers e microcódigos essenciais para o funcionamento do hardware, está inchando a cada atualização. Agora, os desenvolvedores discutem uma solução que pode mudar a forma como recebemos essas atualizações: dividir o pacote em partes menores.

O inchaço do linux-firmware e seus impactos

Atualmente, o Ubuntu utiliza um único pacote monolítico que engloba desde drivers para placas de Wi-Fi até firmwares para GPUs, controladores de armazenamento e até mesmo suporte a arquiteturas menos conhecidas, como RISC-V. Essa abordagem garante compatibilidade ampla, mas traz um custo: atualizações frequentes e volumosas, mesmo quando apenas um pequeno ajuste é feito em um firmware específico.

Para usuários com conexões lentas ou limites de banda, isso se traduz em downloads desnecessariamente grandes. Já para a Canonical, significa maior consumo de recursos na distribuição desses pacotes. O problema só tende a piorar, já que novos hardwares exigem novos firmwares, alimentando um ciclo vicioso de crescimento contínuo.

A proposta em análise sugere romper com o modelo atual e adotar uma estrutura mais modular. Em vez de um único pacote gigante, os firmwares seriam distribuídos em conjuntos menores, organizados por fabricante ou arquitetura.

Uma das possibilidades é criar pacotes específicos para diferentes fabricantes de GPUs, como linux-amd-graphics e linux-intel-graphics, deixando o pacote principal apenas com os componentes mais genéricos. Outra abordagem, menos granular, seria separar os firmwares por arquitetura, isolando x86_64, ARM e RISC-V em pacotes distintos.

Essa mudança traria benefícios claros: atualizações menores, menos consumo de banda e maior eficiência no gerenciamento de pacotes. No entanto, também apresenta desafios, principalmente em relação à experiência do usuário final.

A principal preocupação com a fragmentação do linux-firmware é o risco de que hardware essencial deixe de funcionar durante a instalação ou em momentos críticos. Afinal, se o sistema não trouxer os drivers necessários desde o primeiro momento, o usuário pode se ver diante de uma placa de rede inoperante ou uma GPU sem aceleração gráfica.

Para contornar esse problema, uma das soluções em debate é manter todos os firmwares no ISO de instalação, removendo automaticamente os desnecessários após a detecção do hardware. Outra alternativa seria aprimorar os mecanismos de detecção para instalar os pacotes certos sob demanda, garantindo que nenhum dispositivo fique sem suporte.

Por enquanto, a discussão segue em estágio preliminar, sem prazos definidos ou decisões concretas. Os desenvolvedores precisam avaliar cuidadosamente os impactos de cada abordagem, garantindo que a transição seja suave e não crie novos problemas para os usuários.

Enquanto isso, resta acompanhar as atualizações e torcer para que, em um futuro próximo, o Ubuntu encontre um equilíbrio entre compatibilidade universal e eficiência no gerenciamento de pacotes.

E essa não é a única mudança importante do Ubuntu, conheça o novo modelo de lançamento das versões em desenvolvimento da distro que já foi posto em prática.

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