Ubuntu dá adeus definitivo ao Xorg
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Ubuntu dá adeus definitivo ao Xorg

O Ubuntu está prestes a testemunhar uma das maiores mudanças em sua história recente. A partir do Ubuntu 25.10 “Questing Quokka”, marcado para outubro de 2025, o tradicional servidor gráfico Xorg será removido como opção padrão para o ambiente GNOME. Em seu lugar, o Wayland assume definitivamente o comando, seguindo uma tendência que já vinha sendo adotada por outras distribuições como o Fedora.

O fim de uma era

O Xorg, baseado no protocolo X11, serviu como alicerce gráfico para sistemas Linux por décadas. Porém, sua arquitetura antiga e limitações em segurança e desempenho tornaram necessária a transição para o Wayland, desenvolvido como alternativa mais moderna desde 2008. Jean-Baptiste Lallement, Diretor de Engenharia da Canonical, afirma que “o Wayland alcançou nível de maturidade suficiente em áreas críticas como suporte a drivers NVIDIA, segurança aprimorada e melhor tratamento de HiDPI”.

A mudança não é exatamente surpresa. O Fedora já havia anunciado que abandonaria o X11 a partir de sua versão 43, e o próprio GNOME planeja remover completamente o suporte ao Xorg na versão 49. O Ubuntu optou por fazer a transição agora para dar tempo à comunidade de se adaptar antes do próximo LTS (Ubuntu 26.04), marcado para abril de 2026.

O que isso significa para os usuários?

Para a maioria dos usuários, a mudança será transparente. O XWayland continuará disponível para executar aplicativos legados baseados em X11 sem necessidade de modificações. Porém, a opção “Ubuntu no Xorg” desaparecerá do gerenciador de login (GDM), deixando o Wayland como única alternativa para sessões GNOME.

Casos específicos que ainda dependem do Xorg – como certas configurações de área de trabalho remota – terão que migrar para outros ambientes gráficos que mantenham suporte ao protocolo antigo, como Xfce. Vale ressaltar que o Xorg em si não está sendo removido do Ubuntu, apenas o suporte direto do GNOME a ele.

A transição completa para o Wayland traz benefícios inegáveis: maior segurança devido ao isolamento entre processos, melhor desempenho gráfico e suporte a tecnologias modernas como HDR. Porém, alguns desafios persistem, especialmente para usuários de hardware NVIDIA e desenvolvedores de aplicativos que ainda não foram totalmente adaptados ao novo protocolo.

A Canonical promete monitorar de perto o feedback da comunidade durante este período de transição. Como afirmou Lallement: “Entendemos que mudanças podem ser disruptivas, mas estamos confiantes que os benefícios do Wayland tornam este o momento certo”.

Com esta decisão, o Ubuntu se junta definitivamente ao movimento que está moldando o futuro dos ambientes gráficos Linux. Resta saber se distribuições mais conservadoras, como o Linux Mint, que depende da base Ubuntu, seguirão o mesmo caminho em breve.

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