Se existe uma pergunta que ecoa pelos fóruns de Linux desde os primórdios da internet, é: “Qual a melhor distribuição Linux para…?”. E a resposta, como sempre, é: “Depende”. Mas calma, é um “depende” honesto, baseado em hardware, necessidades e, claro, quanta paciência você tem para configurar coisas.
A verdade é que a maioria das pessoas só precisa que o básico funcione: vídeo, internet, periféricos e um navegador. Se esse é o seu caso, relaxe. Praticamente qualquer distribuição moderna vai te atender. Mas se você é do tipo que gosta de fuçar até a última linha de código do kernel, então… bem, você já sabe que o Linux tem opções para isso também.
Conhecendo seu hardware
Antes de sair instalando a distro mais exótica que encontrar, vale a pena dar uma olhada no que está dentro do seu computador. Afinal, não adianta escolher uma distribuição super específica se o seu hardware tem um leitor biométrico que só funciona facilmente nas distros mais populares.
Hardware comum vs. hardware problemático
Se o seu PC tem um processador Intel ou AMD Ryzen com gráfico integrado, sem firulas, ou um desktop com GPUs populares da AMD e, atualmente, até mesmo da NVIDIA, então você está no paraíso da compatibilidade. Praticamente qualquer distro vai rodar sem problemas. Agora, se você tem um laptop com placa de vídeo híbrida, um leitor de digitais obscuro ou algum periférico muito específico, aí a história muda.
Nesses casos, pesquisar antes de instalar é fundamental. Fóruns como o oficial da distro pela qual você tem interesse ou até mesmo o nosso querido fórum, estão cheios de relatos de usuários que já passaram por situações parecidas.
E se você está pensando em migrar para o Linux ou já está nele, vale a pena considerar a compatibilidade na hora de comprar novos dispositivos. Antes de comprar qualquer hardware, você pode pesquisar, além dos fóruns, no Linux Hardware Database. Economiza tempo, dinheiro e frustrações.
Uma das grandes vantagens do Linux é a liberdade de personalização. Você pode deixar o sistema minimalista, parecido com um macOS, ou transformá-lo em algo que brilha mais que uma árvore de Natal.
Distros com ferramentas de customização prontas
Algumas distribuições já vêm com opções avançadas de personalização embutidas. O Garuda Linux, por exemplo, tem versões feitas para quem gosta de efeitos visuais intensos. Já o Zorin OS oferece temas pré-configurados que imitam Windows, macOS, mas também pode ter uma cara bastante própria, perfeito para quem quer uma transição mais suave.
Mas se você prefere algo mais “faça você mesmo”, distribuições como Arch Linux ou Debian dão total liberdade para montar o sistema do zero. Só não espere que isso seja fácil na primeira tentativa.
Comece devagar
Se você é novo no mundo Linux, a tentação de sair modificando tudo pode ser grande. Mas antes de tentar recompilar o kernel ou instalar um tema que promete transformar seu desktop em um holograma 3D, comece com coisas simples:
- Trocar o tema por meio de ferramentas da própria distro;
- Mudar ícones e fontes;
- Adicionar extensões no GNOME ou widgets no KDE.
Se você pular direto para configurações avançadas sem entender o básico, pode acabar com um sistema quebrado e um desejo intenso de deixar tudo pra lá e ir dormir. E aí, meu amigo, você vai descobrir que formatar o PC é um exercício de humildade. Talvez após formatar, perceberá que não precisava fazer isso, bastava um ajuste simples.
O temido terminal
Ah, o terminal. Amado por muitos, temido por alguns. A verdade é que ele é uma ferramenta poderosa, muitas vezes é a forma com menos passos para resolver problemas, mas nem sempre é a única opção, ou a mais óbvia.
Tutoriais e guias frequentemente usam comandos de terminal porque eles são universais. Um sudo apt install funciona no Ubuntu, no Zorin e no Linux Mint. Já um pacman -S vale para Arch, Manjaro e derivados.
Se você quer aprender Linux de verdade, cedo ou tarde vai ter que encarar o terminal. Mas isso não significa que você precise usá-lo para tudo.
Para usuários iniciantes, uma loja de aplicativos ou uma ferramenta gráfica de configuração pode ser muito mais amigável. Ninguém precisa decorar comandos só para instalar um navegador ou fazer algum ajuste estético.
O Linux não é um clube exclusivo para hackers. Se você só quer um sistema que funcione, está tudo à mão.
Linux para trabalho e Linux para fuçar
Se você usa Linux no trabalho, talvez não seja a melhor ideia ficar testando kernels personalizados ou temas instáveis. Agora, se você tem um PC secundário (ou uma máquina virtual) só para experimentar, aí vale tudo. Quer instalar o Arch Linux seguindo um tutorial super específico? Vai fundo. Quer transformar seu Linux em um clone do Windows XP? Por que não?
Só não faça isso no computador que você usa para trabalhar. A menos, é claro, que você goste de explicar para o chefe por que o sistema não está iniciando.
Este conteúdo é um corte do Diocast. Assista na íntegra ao episódio onde conversamos obre por que é que nos complicamos ao usar Linux no desktop e quais são os principais obstáculos. Desde drivers de hardware, até querer usar tutoriais do tempo dos dinossauros, há várias coisas que podem dar errado.