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Linux Mint 21.2 ganha gestos, suporte inicial ao Wayland e mais!

A nova versão do Linux Mint chegou e com ela, temos refinamentos para a interface do sistema, que agora tem um novo sistema de gestos, novas opções para configurar a aparência e aplicativos com design remodelado. Tudo isso parece excelente, mas, será que é o suficiente para destacar o Linux Mint 21.2 entre vários outros sistemas operacionais?

Linux Mint 21.2, uma grande atualização

O Linux Mint 21.2 “Victoria”, se baseia no Ubuntu 22.04 LTS, isso faz com que ele tenha por padrão o Kernel 5.15, podendo usar o 5.19, caso você instale através do gestor de atualizações. Isso não é necessariamente um problema, a menos que você tenha hardwares novos que só receberam drivers em edições mais recentes do Linux.

Todo o repositório do Mint também segue o do Ubuntu 22.04 LTS, com os prós e contras de pacotes atrelados a essa versão, em termos de softwares de desktop, como a loja tem integração com o Flathub, eventuais programas mais antigos são um problema menor, ou inexistente.

Apesar da base sólida, LTS, com suporte até 2027, a interface Cinnamon tem atualizações contínuas no Linux Mint. Ela chega agora na versão 5.8.3 e tem uma série de melhorias e correções. A sessão de temas foi remodelada e agora tem um tópico de estilos, que permite alternar entre temas GTK diferentes, alguns são de versões bem antigas do Mint.

Acompanhado dos estilos, temos uma sessão para ativar o modo escuro do sistema, ou o modo misto, que inclui agora um tema para a barra. É uma organização que faz muito mais sentido do que a abordagem anterior, onde uma série infinita de menus que permitiam que a gente escolhesse pastas e cores diferentes, isso agora é feito através da sessão cores.

Elas permitem que você escolha a accent color para o desktop, que refletirá nas pastas e no tema das aplicações em geral. Essa funcionalidade também deve ser aplicada nos aplicativos em flatpak, o que deve garantir maior consistência. Ainda é mantido o painel anterior em formato de configurações avançadas, para quem quiser customizar os detalhes de forma diferente. 

Outra atualização pode ser vista nas notificações do sistema, agora elas recebem a cor selecionada também em uma linha simples, que faz com que elas fiquem personalizadas, conforme o tema. O menu do Cinnamon agora é redimensionável, basta clicar e arrastar do cantinho e deixar do tamanho que você achar melhor.

A loja de aplicativos recebeu uma atualização visual, ganhando um cabeçalho mais tradicional, parecida com a do GNOME, definitivamente ficou mais bonita e agradável de observar. Agora ela mostra uma lista de aplicativos relacionados incluindo flatpaks, as categorias têm ícones simbólicos, deixando um visual bem mais limpo também.

A tela de login do Linux Mint agora tem suporte para múltiplos layouts de teclado, com melhorias para navegação por gestos e teclados na tela. A senha digitada pode ser visualizada através do clássico botão do olho, e o Slick Greeter, a aplicação do menu, tem suporte para sessões Wayland; apesar disso, nenhum ambiente que o Linux Mint distribuiu, seja Cinnamon, XFCE ou MATE tem suporte para Wayland por enquanto e não existem previsões claras disso acontecer em breve, então, esse novo recurso só seria útil no caso de você instalar algum outro ambiente que possa usar Wayland.

O Pix, não o método de pagamento que a gente usa aqui no Brasil, mas o gestor de imagens do Linux Mint ganhou uma série de novos recursos por ser refeito na nova edição do gThumb, com suporte para novos formatos de imagens, melhores ferramentas para edição e atalhos de teclado customizados.

A gente já falou um pouco do visual do novo Linux MInt, mas ainda tem alguns detalhes, pois existem variações de tons de algumas cores, além de algumas cores novas, além disso, aquela tira que foi colocada sobre os ícones das pastas na versão anterior foi felizmente removida.

Os tooltips, que são aquelas mensagens que aparecem ao você deixar o mouse sobre alguns elementos na interface também vão usar a mesma cor do accent color. Tivemos realinhamento nos botões das janelas, ícones símbolos agora são usados nos menus contexto e nos apps, o que faz com que eles mudem de cor conforme o modo do aplicativo, softwares que não usam ícones simbólicos, recorrem aos temas Adwaita do GNOME.

Temos uma bela coleção de papéis de parede novos, além de melhorias nas thumbnails do gestor de arquivos, sem contar as melhorias na segurança do Warpinator, graças a colaboração do pessoal da SUSE.

Linux Mint 21.2 ganha gestos

Os gestos são uma opção nova no painel de controle do sistema, eles vem desativados por padrão e ao ativar, você pode escolher o que cada gesto faz no touchpad ou na tela sensível ao toque. Tudo é bem customizável e permite até mesmo a criação de scripts que vão rodar quando você fizer um terminado gesto.

A função de gestos atualmente funciona muito melhor no Wayland do que no Xorg, apesar disso, distros como o elementary OS e o Pop!_OS conseguiram fazer uma implementação relativamente bem feita quanto a isso, mesmo não usando Wayland. No Linux Mint, os gestos funcionam basicamente como teclas de atalho, você ativa alguma funcionalidade, e animação acontece, não existe um meio-termo, não há como cancelar um gesto e essa definitivamente não é a melhor implementação de um sistema desse tipo, mas como antes nem isso existia, podemos considerar um avanço.

Benchmark

Fizemos os testes e benchamrks para ver como o Linux Mint 21.2 se sai, principalmente comparado à edição anterior. Os testes são feitos com um notebook Core i7 1165G7, com gráficos Intel Iris Xe, 16 GB de RAM e SSD com 1 TB.

Começando com o teste de Blender, os resultados não são os melhores, os pacotes mais antigos que o Mint usa, especialmente em relação ao Kernel, parecem marcar presença, o Mesa ainda esta na versão 22.2, mais antigo do que o próprio Debian 12, que a gente mostrou recentemente, conhecido por ter pacotes mais antigos.

SistemaBlender 3.x – Classroom
Arco Linux20.19
Linux Mint 21.217.85
Linux Mint 21.117.17
Ubuntu 23.0416.98

Isso se reflete nos resultados, como você pode ver, quanto você tem um conjunto de softwares tão antigos. Realmente é algo perceptível em outros testes também, na Unigine Superposition, a distância para os melhores resultados continua lá, hoje podemos dizer que acima de 2500 pontos nesse teste é um bom resultado, acima de 2600 é ótimo, e o Mint 21.2 fica um pouco atrás.

SistemaUnigine Superposition
Windows 112650
Linux Mint 21.22484
Linux Mint 21.12463
Calculate Linux 222202

No teste com geekbench, um resultado ruim também, bem abaixo de diversas outras distros, para você ter uma ideia, o Ubuntu 22.04 LTS, ano passado, a base desse Linux Mint, na época do lançamento já desempenhava consideravelmente melhor, tanto em Single, quanto em Multi-Core.

SistemaGeekbench – CPU – Multi-CoreGeekbench – CPU – Single-Core
OpenSUSE 06-2257681706
Ubuntu 22.04 LTS54191630
Linux Mint 21.152071578
Linux Mint 21.250921511

O único teste onde o novo Mint se saiu melhor foi o do web.basemark com o Firefox, tem uma boa pontuação, a terceira melhor até agora, com mais de 960 pontos.

SistemaFirefox – Web Basemark
Ubuntu Unity 22.10983.78
Linux Mint 21.2964.89
Linux Mint 21.1856.83
Regata OS 22647.06

Testamos o novo Linux Mint com alguns games também, e antes de mostrar os resultados que a gente conseguiu colher, vale a pena dizer que nessa versão a Steam se mostrou bem instável por aqui no Mint, tanto na versão flatpak, quanto a normal, em .deb, tivemos várias experiências de crash.

Não sabemos se tem a ver com o Mint ou com o próprio cliente da Steam, mas houve um comportamento esquisito, dela fechar especialmente enquanto fazia download de atualizações de games.

Mesmo assim, no fim das contas, conseguimos rodar alguns testes e os resultados foram estes:

Em Counter Strike GO, tivemos um bom resultado, acima dos 160 quadros, mais ou menos 10 a menos do que o melhor resultado até agora.

Em Shadow of the Tomb Raider, em HD, tivemos 30 quadros de média, em contraste com os 38 do melhor resultado, mais uma vez, na faixa de jogável, e em universe sandbox, tivemos 58 quadros, um resultado que decepciona um pouco, porque já fazia um certo tempo que nenhum sistema desempenhava abaixo dos 60 quadros, sendo que alguns chegaram a passar dos 70.

Qual o futuro do Linux Mint?

O Linux Mint é um projeto sólido e bem conservador quanto o assunto são mudanças e adoções de tecnologias, mesmo assim, as últimas duas ou três versões foram as que mais trouxeram mudanças no sistema em praticamente toda a sua história, especialmente depois do nascimento do Cinnamon, o que pode ser um indicador de que as coisas estão mudando.

Ainda assim, pouco se vê de trabalho do Linux Mint para integrar novidades como o Wayland ao seu ambiente gráfico principal, talvez o suporte do gestor de login tenha sido o começo de algo, mas será o suficiente?

Será que o Synaptic é a melhor tecnologia para fazer a gestão de softwares no sistema como eles vem trabalhando hoje em dia? São problemas grandes, que não podem ser resolvidos do dia para a noite, e como o Cinnamon usa várias tecnologias GNOME, pode ser que num futuro não tão distante, certos aplicativos deixem de funcionar corretamente com o Xorg, algo que o Linux Mint ainda depende muito. Além disso, essa implementação de gestos é muito bem-vinda, mas é perigoso ser só mais um na linha do “too little, too late”.

Com o Ubuntu criando uma versão imutável em Snap, será o momento em que a versão baseada em Debian do Mint se tornará a principal? Será que uma mudança assim deixaria o Linux Mint tão bom para os usuários finais quanto a base Ubuntu fornece? A gente já sabe a resposta de hoje, que é um não, afinal, se fosse, ele já seria baseado diretamente no Debian, o tempo está correndo e a equipe do Mint tem algumas decisões difíceis pela frente.

Nesse meio tempo, o sistema continua sólido e excelente para novatos e usuários mais experientes. É uma atualização tranquila para quem já usa o sistema, e uma nova experiência confortável para novos usuários de Linux, o Mint continua sendo um dos sistemas mais estáveis de desktop.

Enquanto o Mint se apoia firmemente nas raízes do que é considerado testado e sólido no desktop Linux, existem distros por aí que estão totalmente na vanguarda das tecnologias, como o Vanilla OS!

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