O Ubuntu 25.10, carinhosamente apelidado de Questing Quokka, promete fazer história. Pela primeira vez, uma grande distribuição Linux substituirá o tradicional sudo, escrito em C, por uma versão refeita em Rust: o sudo-rs. Desenvolvido pela Trifecta Tech Foundation, essa mudança visa trazer mais segurança e evitar vulnerabilidades comuns em programas escritos em linguagens que delegam mais o gerenciamento de memória ao desenvolvedor.
Por que Rust?
Rust não é só a linguagem da moda — ela oferece garantias de segurança de memória em tempo de compilação, o que significa menos brechas para ataques do tipo buffer overflow ou use-after-free. Como o sudo é um dos comandos mais críticos em um sistema Linux (afinal, ele lida com permissões de superusuário), faz sentido que ele seja tão à prova de falhas quanto possível.
A equipe do sudo-rs conta com a colaboração de Todd Miller, o mantenedor original do sudo há mais de 30 anos. É como se um mestre Jedi estivesse supervisionando um Padawan moderno.
O que muda para o usuário?
Para a maioria das pessoas, nada. Os arquivos de configuração e os comandos continuarão intactos. No entanto, os desenvolvedores adotaram uma abordagem “menos é mais”, o que significa que algumas funcionalidades obscuras ou consideradas ultrapassadas podem não ser implementadas no sudo-rs.
Se você é daqueles que usa sudo com flags muito específicas, talvez precise rever seus scripts. Mas, convenhamos, se você está nesse nível, provavelmente já sabe como instalar a versão clássica do sudo de volta.
É importante frisar que a Canonical não está jogando tudo para o alto de uma vez. O sudo tradicional continuará disponível no Ubuntu 25.10 e no futuro 26.04 LTS, podendo ser selecionado via sistema de alternativas do Debian.
Além disso, o Ubuntu 25.10 servirá como um campo de testes antes da mudança chegar à versão LTS, onde a estabilidade é sagrada.
E o coreutils também vai virar Rust?
Sim, mas essa é uma história para outro artigo. A migração para o uutils coreutils (uma reimplementação em Rust dos utilitários básicos do GNU) continua em andamento, com a Canonical patrocinando melhorias como suporte a SELinux e localização.
Enquanto isso, os curiosos já podem testar o Ubuntu 25.10 através das builds diárias. Quem sabe você não encontra um bug antes dele chegar ao seu sistema de produção? Pense nisso como um serviço comunitário — com direito a um possível travamento ocasional.
Mas afinal, o que mais podemos esperar do Ubuntu 25.10? Confira nossas previsões!
