Uma novidade interessante está à caminho do Ubuntu 17.04, que sai em Abril de 2017, e vai mudar a forma com que o sistema trabalha, pelo menos um pouco. A tradicional partição SWAP do Ubuntu será substituída por um arquivo, assim como faz o Android, Windows e o macOS.
Se você ainda não sabe muito bem o que é SWAP, eu recomendo que você leia este artigo onde nós explicamos tudo direitinho para você. Agora que você já tem informações para entender o que esta mudança significa, vamos a novidade.
Um dos desenvolvedores da Canonical anunciou uma mudança na forma com que a SWAP será tratada no Ubuntu 17.04 Zesty Zapus. Atualmente no Ubuntu, assim como a maior parte das distros Linux, a SWAP é uma partição criada na instalação do sistema, que é responsável por auxiliar a memória RAM a armazenar dados, caso seja necessário, para tanto existe uma parâmetro chamado SWAPINESS que permite que você configure o quanto a memória RAM precisa estar cheia para que a memória SWAP entre em ação.
Obviamente, a SWAP era muito importante antigamente, quando os computadores tenham muito pouca memória para se utilizar e quando este era um componente muito mais custoso para qualquer upgrade, a realidade de hoje é sensivelmente diferente neste aspecto, o que faz com que a memória SWAP não tenha a mesma utilidade para todas as pessoas.
Usuários que não forçam a utilização da memória com programas muito pesados não conseguem tirar grandes proveitos da SWAP, sendo que na maior parte do tempo ela não é nem sequer acessada, isso fez com que muita gente simplesmente desabilitasse a SWAP, ou até mesmo não criasse essa partição da instalação, ou ainda usasse uma alternativa como o ZRAM.
O “problema” de manipular a SWAP é que ela é uma partição e muitas vezes mexer com as partições, especialmente se você não tiver muita experiência com os utilitários de disco, pode causar problemas, perda de boot, perda de dados, etc. Se você tem a SWAP atualmente e simplesmente a desliga, sem reintegrar os GigaBytes que você usou para cria-la ao seu sistema de arquivos padrão, você simplesmente desperdiça esse armazenamento. O que pode não ser um grande negócio, especialmente nos SSDs atuais, onde as pessoas não tem tanto armazenamento sem pagar um valor mais alto.
SWAPFiles
Toda essa introdução foi para explicar para você onde entra o SWAP Files, ele tem exatamente a função que a SWAP em partição, com a diferença de que a SWAFiles, como o nome sugere, fica na verdade em um arquivo dentro do sistema, assim como acontece no Windows, Android e macOS.
A SWAP em um arquivo traz uma possibilidade interessante: Uma forma mais fácil de gerenciar a SWAP, aumentar e diminuir e até mesmo excluir, caso você não use, sem precisar mexer nas partições do sistema, seja em disco rígido, seja em SSD, já que hoje em dia a memória RAM não é mais um recurso tão escasso.
Obviamente, quem quiser utilizar a SWAP em partição ainda poderá fazer isso. O SWAPFiles será o mecanismo padrão na instalação do Ubuntu 17.04, a menos que você use LVM para gerenciar os seus discos, neste caso teremos o comportamento tradicional. O SWAP em arquivo também pode favorecer o Ubuntu que roda em Smartphones, não sendo necessário particionar o armazenamento do dispositivo.
O comportamento será alocar 2 GB ou 5% para o SWAPFiles, o que for menor, uma medida interessante. A nova forma de trabalhar a SWAP não vai mudar drasticamente a forma com que você usa o sistema, provavelmente você não sentirá qualquer diferença, mas não deixa de ser interessante.