O controle de tráfego aéreo dos EUA ainda usa disquetes e Windows 95
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O controle de tráfego aéreo dos EUA ainda usa disquetes e Windows 95

Enquanto o mundo avança para a inteligência artificial, carros autônomos e computação quântica, o sistema de controle de tráfego aéreo dos Estados Unidos ainda depende de disquetes, Windows 95 e linhas telefônicas de cobre. Sim, você leu certo. Enquanto sua avó já migrou para o WhatsApp, a Administração Federal de Aviação (FAA) ainda está presa em 1995.

A revelação veio à tona durante uma audiência orçamentária no Congresso americano, onde o chefe interino da FAA, Chris Rocheleau, admitiu que a infraestrutura atual é obsoleta, insegura e cara de manter. O plano agora é modernizar tudo – mas isso pode levar anos e custar dezenas de bilhões de dólares.

Por que a FAA ainda usa tecnologia tão antiga?

Alguns sistemas da FAA, especialmente no Alasca, ainda rodam em disquetes de 3,5 polegadas e CDs. Essas mídias são frágeis, lentas e trabalhosas para transferir os dados para tecnologias atuais – afinal, quantas pessoas ainda têm um leitor de disquetes funcionando em 2025?

Além disso, os sistemas de exibição de informações (IDS) usados em torres de controle dependem de hardware ultrapassado, incluindo processadores que já eram velhos quando o Titanic ainda estava nos cinemas.

Enquanto a Microsoft tenta enterrar o Windows 10, a FAA ainda mantém máquinas rodando Windows 95. O problema? Esses sistemas são extremamente vulneráveis a ataques cibernéticos, não têm suporte há décadas e podem travar a qualquer momento.

Imagine um controlador de voo tentando evitar um desastre enquanto o Windows 95 está travado tentando abrir o Internet Explorer?

Muitas comunicações críticas da FAA ainda dependem de cabos de cobre antigos, os mesmos usados em linhas telefônicas analógicas. Essas conexões são lentas, instáveis e suscetíveis a falhas – como aconteceu no Aeroporto Internacional Newark Liberty, onde um cabo rompido causou cancelamentos e atrasos em massa.

A FAA quer migrar para fibra óptica e VoIP, mas isso exige substituir toda a infraestrutura – um processo que, no ritmo atual, só será concluído na próxima década.

Os riscos de usar tecnologia obsoleta

Em janeiro de 2023, uma pane no sistema NOTAM (que alerta pilotos sobre riscos em voo) causou o primeiro bloqueio total de voos nos EUA desde o 11 de Setembro. O motivo? Um sistema baseado em tecnologia dos anos 1960 simplesmente parou de funcionar.

Se um simples erro pode derrubar todo o tráfego aéreo nacional, imagine o que um ataque cibernético poderia fazer.

Manutenção cara e difícil

Encontrar peças para radares dos anos 1970 ou discos rígidos de 40 MB não é tarefa fácil. A FAA gasta milhões todo ano apenas para manter sistemas que já deveriam ter sido aposentados.

Além disso, os técnicos que sabem consertar essas relíquias estão se aposentando – e a nova geração não tem interesse em aprender COBOL ou Windows 3.1.

Ineficiência e atrasos

Enquanto outros países já usam sistemas automatizados e integrados, os controladores americanos ainda dependem de tiras de papel para rastrear voos. Sim, papel.

Isso torna o processo mais lento, sujeito a erros humanos e incapaz de lidar com o aumento do tráfego aéreo.

O plano de modernização

A FAA promete eliminar disquetes, migrar para sistemas digitais e substituir radares antigos. Mas há um problema: o custo.

  • Substituir os sistemas de radar pode levar até 2033.
  • A transição para comunicações IP só deve terminar em 2038.
  • Os sistemas de automação de tráfego aéreo podem ficar obsoletos até 2040.

Ou seja, se você está lendo isso em 2025 e pretende ir aos EUA, provavelmente ainda vai pegar um vôo com alguma etapa controlada por disquete.

E não é só a FAA que vive no passado

  • A Deutsche Bahn (ferrovias alemãs) ainda usa Windows 3.11 em alguns sistemas;
  • Aviões Boeing 747 atualizavam a navegação via disquete até pouco tempo atrás;
  • O governo japonês só abandonou os disquetes em 2024.

Ou seja, a FAA não está sozinha na sua nostalgia tecnológica – mas, considerando que vidas estão em jogo, talvez fosse bom acelerar a mudança.

Enquanto isso, se você estiver em um voo e ouvir um barulho de “clic-clic” vindo da cabine, não se assuste: é só o controlador trocando o disquete.

Apesar de tudo, computadores antigos não é só problema. Afinal, pesquisadores conseguiram rodar uma IA moderna em um computador dos anos 90 com processador Pentium II, entregando um bom resultado rapidamente.

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