Se você é fã de software livre, provavelmente já ouviu falar do LibreOffice, a suíte de produtividade que conquistou milhões de usuários ao redor do mundo. Mas você sabia que a história do LibreOffice remonta a um programa chamado StarWriter, lançado em 1985? Pois é, a jornada do LibreOffice é cheia de reviravoltas, aquisições e até uma pitada de drama corporativo. Vamos mergulhar nessa história e descobrir por que o LibreOffice não faz 40 anos (mas quase poderia).
StarWriter e StarOffice
Tudo começou com o StarWriter, um processador de texto lançado em 1985 pela empresa alemã Star Division. O StarWriter foi um dos primeiros programas do gênero a oferecer uma interface gráfica amigável e funcionalidades avançadas para a época. Ele rapidamente ganhou popularidade e, em 1994, evoluiu para o StarOffice, uma suíte completa que incluía não apenas um processador de texto, mas também uma planilha, um editor de apresentações e até um cliente de e-mail.
O StarOffice era um verdadeiro “canivete suíço” da produtividade. Ele tinha até um navegador integrado, que permitia aos usuários fazer pesquisas diretamente no processador de texto. Imagine só: você está escrevendo um relatório, precisa de uma informação rápida, e o navegador abre no próprio documento. Algo incrível, considerando que frequentemente os sistemas operacionais não possuíam uma interface gráfica, concentrando a produtividade no ambiente do StarOffice.
Entra a Sun Microsystems
Em 1999, a Sun Microsystems adquiriu a Star Division e, com ela, o StarOffice. A Sun tinha grandes planos para a suíte: transformá-la em um concorrente direto do Microsoft Office. Para isso, eles decidiram liberar o código-fonte do StarOffice sob uma licença open source, criando o OpenOffice.org.
No entanto, a Sun fez uma escolha curiosa: removeu várias funcionalidades do StarOffice para tornar o OpenOffice mais parecido com o Microsoft Office. A ideia era atrair usuários acostumados ao produto da Microsoft, mas muitos fãs do StarOffice ficaram decepcionados com a perda de recursos como o navegador no estilo gerenciador de arquivos e o cliente de e-mail integrados.
O nascimento do LibreOffice
Em 2010, a Oracle (que havia adquirido a Sun Microsystems) decidiu descontinuar o desenvolvimento do OpenOffice.org. Foi então que um grupo de desenvolvedores decidiu criar um fork do projeto, dando origem ao LibreOffice.
O LibreOffice não apenas manteve as funcionalidades básicas do OpenOffice (como o Writer, Calc, Impress, Draw, Base e Math), mas também trouxe melhorias em termos de estabilidade e desempenho. Além disso, o LibreOffice adotou uma governança mais aberta e transparente, o que ajudou a atrair uma comunidade ativa de colaboradores.
Agora, vamos ao ponto que gerou toda essa discussão: o LibreOffice não faz 40 anos. Embora sua linhagem remonte ao StarWriter de 1985, o LibreOffice em si só foi criado em 2010. Portanto, ele está mais para um adolescente do que para um quarentão.
Sendo assim, é fácil entender por que confundimos as coisas em nosso post de 40 anos do LibreOffice. A história do LibreOffice está profundamente entrelaçada com a do StarOffice e do OpenOffice, e muitos dos recursos que conhecemos hoje no LibreOffice têm suas raízes no StarWriter. Mas, como dizem, “não confunda o filho com o pai”.
Embora o StarOffice tenha desaparecido há muito tempo, seu legado continua vivo no LibreOffice. Muitos dos recursos que tornaram o StarOffice único, como a integração entre diferentes aplicativos, foram preservados e aprimorados ao longo dos anos.
No entanto, há quem sinta falta de algumas das funcionalidades que foram perdidas no caminho. O navegador integrado, por exemplo, era uma verdadeira mão na roda para quem precisava fazer pesquisas rápidas sem sair do processador de texto. E o cliente de e-mail integrado? Era uma conveniência que muitos usuários adoravam.
Fique por dentro das principais notícias da semana sobre tecnologia e Linux: assine nossa newsletter!
