A forma como buscamos informação na internet está passando por uma transformação radical. Se antes digitávamos uma pergunta no Google e escolhíamos entre os links azuis, hoje muitos usuários estão optando por perguntar diretamente a um chatbot de IA como o ChatGPT ou o Gemini. Mas será que isso significa o fim dos motores de busca tradicionais? Os dados mostram que não é bem assim.
O crescimento dos chatbots de IA
Nos últimos dois anos, os chatbots de IA tiveram um crescimento impressionante. Segundo um estudo da agência de marketing OneLittleWeb, os 10 chatbots mais populares saltaram de 2,4 bilhões de visitas em abril de 2023 para 7,0 bilhões em março de 2025 – um aumento de 191,67%.
Enquanto isso, os motores de busca tradicionais também cresceram, mas em um ritmo muito mais modesto: de 159,9 bilhões para 163,7 bilhões de visitas no mesmo período (2,38%). Ou seja: os chatbots estão crescendo rápido, mas os motores de busca ainda dominam o cenário.
Uma das grandes preocupações com o crescimento dos chatbots é o impacto no Search Engine Optimization (SEO). Afinal, se as pessoas recebem respostas diretas da IA, por que clicariam em sites?
Sujan Sarkar, cofundadora da OneLittleWeb, acredita que os motores de busca não vão desaparecer, mas se adaptar:
“Os chatbots de IA não estão substituindo os motores de busca, mas sim reformulando a forma como interagimos com a informação. Plataformas como Google e Bing já estão incorporando IA em seus resultados, como o Search Generative Experience (SGE) do Google.”
Ou seja: em vez de matar o SEO, a IA pode estar forçando uma evolução.

É o fim dos cliques?
No entanto, há um desafio real. Os chatbots são conhecidos por respostas que não exigem cliques (zero-click searches), o que pode reduzir o tráfego para sites de conteúdo. Se um usuário pergunta “Quantos anos tem o Cristiano Ronaldo?” e a IA responde imediatamente, ele não precisa visitar um site de notícias esportivas.
Isso preocupa criadores de conteúdo, mas Sarkar argumenta que os motores de busca continuarão sendo essenciais para pesquisas mais complexas.
Apesar do sucesso dos chatbots, o Google ainda é o rei absoluto das buscas. Em março de 2025 teve 4,7 bilhões de visitas diárias, enquanto o ChatGPT registrou 185,2 milhões – cerca de 26 vezes menos.

Ou seja, o Google ainda domina, mas está incorporando IA para não perder terreno. O Search Generative Experience (SGE) é um exemplo: em vez de apenas listar links, o Google agora gera respostas diretas, combinando “o melhor dos dois mundos”.
Além do ChatGPT, outras plataformas estão crescendo rapidamente:
- DeepSeek: Crescimento de 113.007% em um ano, afinal, ele é um concorrente relativamente recente e sair do quase zero para alguma coisa é sempre um crescimento substancial;
- Perplexity: Aumento de 243,74%;
- Claude: Subiu 383,44%.

Mas mesmo com números impressionantes, nenhum deles chega perto do volume de buscas do Google.
Uma coexistência híbrida
A tendência é que motores de busca e chatbots continuem coexistindo, cada um com seu papel: chatbots para respostas rápidas e conversacionais e motores de busca para informações detalhadas e fontes diversificadas.
E, claro, o Google não vai sair do páreo tão cedo. A aposta é que ele continuará liderando, mas cada vez mais integrado com IA – seja através do Gemini ou de outras ferramentas generativas.
Enquanto isso, os criadores de conteúdo terão que se adaptar, garantindo que seu material seja relevante tanto para motores de busca quanto para IA. Afinal, no mundo digital, a única constante é a mudança.
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