Embora exista apenas um kernel Linux, centenas de projetos que utilizam esta tecnologia estão disponíveis para download na internet e a cada dia, nos deparamos com um novo sistema operacional baseado em Linux.
Com tantas opções, é comum ouvirmos que o Linux para desktop se encontra bastante fragmentado e algumas vezes é difícil mensurar se esta fragmentação é boa ou ruim para o futuro dos projetos. e em outros mundos
No artigo de hoje, vamos falar um pouco sobre a fragmentação no ambiente Linux apresentando os pontos positivos e negativos que ela oferece para o futuro dos desktops.
A importância da fragmentação no Linux
Já imaginou se houvesse apenas um sistema operacional disponível no mundo inteiro, desenvolvido por uma única empresa e que você não tivesse poderes para realizar modificações ou criar cópias customizadas dele para compartilhar com outros usuários?
Essa seria uma realidade bastante problemática, não é mesmo? Mas tudo poderia ser resolvido se houvessem mais opções, para que os usuários decidissem qual delas é a melhor ou criar uma versão do sistema operacional que lhe atenda.
Com essa linha de pensamento livre e diversas divergências criativas ao longo do caminho, o Linux para desktop foi criando forma, oferecendo centenas de opções de sistemas operacionais que visam atender a todo tipo de usuário ao redor deste e em outros mundos.
Uma distribuição que seja a escolha de todos
Embora possuir diversas opções de sistemas operacionais baseados em Linux seja algo interessante, tantas opções podem deixar alguns usuários que desejam migrar para o sistema do pinguim perdidos.
Para várias pessoas, a melhor forma de fazer o Linux alavancar nos desktops seria deixar de desenvolver dezenas de outros sistemas operacionais, focando em desenvolver apenas um sistema operacional baseado em Linux.
Essa visão possui uma lógica bastante convincente, pois se houvesse apenas uma distribuição que fosse “a cara” do Linux, estatisticamente o mercado de Linux nos desktops cresceria bastante, porém, ao final de tudo, estaríamos criando uma nova Microsoft.
A escolha de um sistema operacional pode ser um fator paralisante, porém, se faz necessária para impulsionar a inovação.
A revolução do Arch
Há 10 anos, quando o Ubuntu estava em seu auge, falar que o Arch Linux dominaria o mercado do Linux para desktop seria um belo motivo de piada em uma roda de amigos, mas, com o passar do tempo, vemos que o Ubuntu deixou de dominar.
Já faz um bom tempo que o Ubuntu perdeu sua fama de “cara do Linux” e isso se deve a diversos motivos como o foco em servidores, falta de investimentos e até mesmo engajamento da Canonical com a comunidade de usuários
Com o Ubuntu perdendo espaço, um novo sistema precisou de entrar em ascensão e com o assunto de jogos no Linux ficando em alta, o Arch Linux conquistou este espaço devido ao apoio da Valve, tanto que até fez com que a Canonical acordasse.
A Boiling Steam realizou uma comparação no ProtonDB e através dela, vemos que grande parte dos jogadores utilizam o Arch ou alguma distribuição derivada deste sistema, como o Manjaro, Garuda Linux e Endeavour OS para jogar seus títulos favoritos no Linux.

Sem dúvida nenhuma este é um resultado bastante interessante e um belo fruto da fragmentação do ambiente Linux, pois, imagine que tivéssemos apenas o Ubuntu como distribuição Linux para desktop e em 2019 a decisão de remover os pacotes de 32 bits do sistema fosse aceita.
A ascensão de novos (e antigos) sistemas
Graças a fragmentação, temos diversas opções de sistemas operacionais baseados em Linux que estão ascendendo entre os usuários, como o Pop!_OS, Zorin OS, Linux Mint e o Manjaro que é a mais nova distribuição recomendada pela Valve aos desenvolvedores e jogadores no Linux.
Além disso, possuir sistemas como o Fedora, RedHat, openSUSE mais focados no ambiente empresarial ou até mesmo o Solus OS que é um ambiente criado sobre uma base totalmente nova, é essencial para que nós não fiquemos presos nas soluções da base Ubuntu ou em um sistema baseado no Arch Linux.
Embora ter diversas opções possa fazer com que usuários fiquem “perdidos” e não queiram migrar para o Linux, ter apenas uma única opção, faria com que o Linux se tornasse apenas mais um sistema como Windows ou macOS, limitando a inovação.
O que você acha da fragmentação do Linux nos desktops? Em sua opinião ela é positiva ou negativa?
Deixe sua opinião nos comentários e até o próximo artigo!