Qual a consequência do fim do X11 no GNOME
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Qual a consequência do fim do X11 no GNOME?

O GNOME 49 chegará em outubro sem suporte nativo para sessões X11. Essa mudança, que segue os passos do KDE Plasma, marca o início do fim de uma era – mas calma, não é o apocalipse que alguns imaginam.

O Xorg não está morto

Apesar do GNOME estar abandonando oficialmente o X11, o servidor Xorg continuará sendo mantido com correções de segurança e bugs críticos. Como bem colocado pelos desenvolvedores, o Xorg está em um estado de “desenvolvimento congelado” – ainda vivo, mas sem perspectivas de evolução. A verdade é que a maioria dos desenvolvedores já migrou seus esforços para o Wayland há anos.

Os mantenedores do Xorg merecem nosso reconhecimento por continuarem esse trabalho muitas vezes ingrato. Afinal, manter um sistema gráfico com décadas de idade não deve ser tão divertido quanto desenvolver as novas tecnologias que o substituirão.

Por que agora?

A decisão não foi tomada precipitadamente. Durante o ciclo de desenvolvimento do GNOME 46, a equipe coletou feedback e identificou problemas remanescentes. Com o GNOME 48, melhorias críticas em acessibilidade – financiadas pelo Sovereign Tech Fund e com contribuições da Igalia – finalmente igualaram (e em alguns casos superaram) a funcionalidade do X11.

Após meses de discussões internas e coordenação com grandes distribuições como Ubuntu e Fedora, o momento foi considerado maduro para a transição. O anúncio da Ubuntu em junho, confirmando que seguiria o mesmo caminho na versão 25.10, foi a gota d’água que faltava.

E meus aplicativos antigos?

A maioria dos aplicativos modernos já suporta Wayland nativamente. Para os que ainda dependem do X11, o XWayland atua como uma ponte transparente, permitindo que funcionem sem que o usuário precise se preocupar. Esse mecanismo de compatibilidade não vai desaparecer tão cedo – provavelmente permanecerá por décadas, mantido por questões práticas.

Quanto à acessibilidade, um tópico que gerou muita discussão, os desenvolvedores foram enfáticos: o suporte no Wayland não apenas alcançou a paridade com X11, como em muitos aspectos já o supera. A diferença é que agora as soluções foram projetadas desde o início para atender essas necessidades, em vez de serem “hacks colados com fita adesiva em cima de um protocolo dos anos 80”.

Para a grande maioria dos usuários, a transição será praticamente imperceptível – muitos podem nem notar a diferença. Outros podem até perceber melhorias em desempenho e segurança. Apenas alguns fluxos de trabalho muito específicos, que dependem de funcionalidades exclusivas do X11, podem enfrentar dificuldades.

As distribuições continuarão empacotando o Xorg por muitos anos (talvez décadas) para atender a esses casos extremos e suportar outros ambientes de desktop que ainda não migraram para o Wayland. O que está sendo removido é especificamente a sessão “GNOME no Xorg”, não todo o ecossistema X11.

Wayland: o futuro que já chegou

Com GNOME e KDE (as duas maiores interfaces gráficas do Linux) agora alinhadas na transição para Wayland, fica claro que o futuro do desktop Linux está traçado. Melhor desempenho, maior segurança e recursos modernos que o X11 simplesmente não pode oferecer – essas são as promessas que estão levando toda a comunidade a virar essa página.

Para os saudosistas do X11, há até um projeto chamado XLibre Xserver que pretende manter viva a chama do antigo servidor gráfico. Mas a mensagem dos principais desenvolvedores é clara: o caminho à frente está no Wayland, e a migração já começou de verdade.

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