O Alpine Linux, conhecido por ser a distribuição Linux que faz o Docker sorrir e os recursos do sistema agradecerem, acaba de lançar sua versão 3.22. E como sempre, ela chega trazendo mudanças que vão desde o núcleo do sistema até a ponta mais visível do iceberg – a interface gráfica. Se você é daqueles que acham que “quanto menos, melhor”, esta atualização foi feita sob medida para você.
Desta vez, a equipe do Alpine decidiu que o X11 no KDE Plasma já deu o que tinha que dar. A partir desta versão, só tem espaço para Wayland na festa. Quem ainda estiver usando o pacote plasma-workspace-x11 vai precisar removê-lo manualmente. Mas calma, não é o fim do mundo, só o fim de uma era.
O grande /usr-merge
Quem acompanha o desenvolvimento do Alpine Linux sabe que a distribuição está se preparando para uma grande mudança estrutural: o /usr-merge. Essa unificação de diretórios pode parecer um detalhe técnico obscuro, mas é como reorganizar a casa para encontrar tudo mais rápido. A versão 3.22 é um passo importante nessa preparação, pavimentando o caminho para futuras melhorias.
Outra mudança significativa está no horizonte: o apk-tools, o gerenciador de pacotes do Alpine, está prestes a ganhar sua versão 3. A versão atual (3.22) será a última a vir com o apk-tools 2.14 por padrão. Os mais aventureiros já podem testar a nova versão habilitando o repositório de testes.
Para os usuários de desktop, as novidades são ainda mais visíveis. O KDE Plasma agora chega na versão 6.3.5, mas com uma grande diferença: só funciona no Wayland. O X11 foi para o brejo, ou melhor, para a lista de “coisas que já foram úteis um dia”. A mudança reflete uma tendência geral no mundo Linux, onde o Wayland vem se consolidando como o futuro do gerenciamento de displays.
Já os fãs do GNOME podem comemorar: a versão 48 está disponível com uma pequena, mas significativa mudança na tipografia padrão. As fontes Adwaita agora reinam soberanas nas aplicações GTK.
Por baixo do capô
O coração do Alpine Linux 3.22 bate ao ritmo do kernel Linux 6.12, trazendo todo o poder e as novidades dessa versão do núcleo do sistema. Mas as atualizações não param por aí:
Desenvolvedores terão à disposição o GCC 14.2, Go 1.24, Ruby 3.4, Rust 1.87 e Node.js 22.16 LTS. Para quem trabalha com redes, o BIRD foi atualizado para a versão 3, trazendo uma arquitetura multi-thread que promete melhor desempenho – às custas de um pouco mais de memória, é claro.
Na área de contêineres, uma mudança importante: o LXD foi movido para o repositório de testes, com o Incus sendo recomendado como substituto. E para quem ainda usa Qt 5, o aviso também é evidente: a migração para o Qt 6 não é mais uma opção, mas uma necessidade.
Apesar de ser mais conhecido como base para contêineres Docker, o Alpine Linux é uma distribuição completa que pode brilhar no desktop. Com sua filosofia minimalista, segurança reforçada e agora com suporte total ao Wayland, ele prova que é possível ter um sistema moderno sem os excessos que tornam outras distribuições pesadas.
O Alpine Linux 3.22 está disponível para download no site oficial da distribuição, pronto para provar que menos realmente pode ser mais – especialmente quando se trata de sistemas operacionais. Quem sabe não é hora de dar uma chance ao pequeno gigante das distribuições Linux?
