EditorialElementary OS

elementary OS 0.4.1 Loki recebe polimentos e as minhas reflexões sobre a construção da distro

Mensalmente os desenvolvedores do elementary OS liberam no blog da distro um relatório de melhorias e polimentos e neste mês não foi diferente. Graças a nova AppCenter o pessoal do elementary precisou lidar com novas demandas, confira os ajustes feitos no sistema:

Sempre em busca de refinamentos, o elementary OS promoveu polimentos visuais na interface, ainda não temos um conjunto novo de ícones ou GTK, mas temos aprimoramentos do trabalho atual.

Battery icons elementary

Temos novos ícones de bateria no sistema, com um design muito mais aprimorado e que lembra os ícones de dispositivos móveis. Outra novidade interessante é relacionada diretamente coma nova central de aplicativos.

Pagamento elementary

O novo AppCenter nos traz a possibilidade e doar uma quantia qualquer para o desenvolvedor do aplicativo. Com essa nova possibilidade, novos ajustes foram feitos na aplicação para ela funcionar de forma mais fluída e foi acrescentado uma nova mensagem de erro para quando o pagamento não é processado, informando com maiores detalhes qual foi o problema, como no exemplo acima, um erro no número de cartão de crédito.

Atendendo aos pedidos dos usuários, agora o gerenciador de energia no painel do sistema possui um controle de brilho para fácil ajuste, não é algo necessariamente novo, em outros ambientes e sistemas ele já existe há muito tempo, mas é algo útil que o elementary não tinha ainda:

elementary OS

Temos algumas outras pequenas correções de bugs que você pode conferir aqui

“Paremos e reflitemos”

Você pode achar que as mudanças foram pequenas, básicas e que até mesmo não impactem tanto a vida dos usuários e eu concordo com você. Uma mudança pequena deste tipo não é algo que normalmente eu escreva aqui no blog, mas desta vez eu fiz de propósito por um motivo.

Já passou do ponto onde a construção de uma distribuição Linux é apenas algo para hobbystas ou pessoas com apenas boa vontade, claro, isso ainda é importante e bons projetos podem começar assim, mas depois de um tempo, se o objetivo for realmente conquistar mercado, não se pode mirar baixo, afinal os seus grandes concorrentes serão empresas de marcas imensas e com décadas de mercado. Como diz o ditado: “O diabo está nos detalhes”, e é exatamente nisso que muitas interfaces e distros pecam, por motivos diferentes, mas o erro é o mesmo.

Eu gosto muito da forma com que o elementary OS avança, claro, dentro de suas limitações, pois cada detalhe parece ser importante, dar um feedback a comunidade e aos usuários também é algo muito positivo, todo o mês, assim como o Linux Mint, os desenvolvedores fazem um post contando todo o trabalho que foi desenvolvido no mês em questão e apontando as novidades para o sistema.

Dizem que “no elementary OS até os bugs são bonitos”, e querendo ou não, isso é um detalhe tão importante quanto qualquer outro detalhe da interface, o usuário hoje está mais exigente e pequenas coisas assim são notadas, ainda que o ideal seja não ter erro algum, mas visto que isto é inevitável pelo simples “fator humano”, então é bacana ter um cuidado até nisso. Outra coisa sobre o projeto que eu acho interessante e que algumas pessoas acham que é “se aproveitar de trabalho alheio”, é o elementary ser baseado no Ubuntu.

Em primeiro lugar, software livre é exatamente para isso, modificar, ampliar, redistribuir, se basear e dar os créditos, como você pode ver não somente na documentação da distro, mas na própria sessão “sobre” do sistema.

Não sei como será o Ubuntu à partir de agora no quesito interface e apelo ao usuário comum, pois o Gnome, apesar de ser incrivelmente bom e competente, não tem o mesmo apelo no quesito usabilidade, indiscutivelmente, ao menos nos dias de hoje, usar a interface sem extensões é algo altamente improdutivo, precisamos esperar para ver o que a Canonical irá nos entregar, independente disso, se tem algo que eles (Canonical) sempre fizeram muito bem foi manter o sistema coeso, atualizado e seguro em sua base, que para a nossa sorte, é a mesma que o elementary OS utiliza.

A vantagem disso é que você tem a mesma segurança que o Ubuntu tem, com a mesma velocidade na correção de bugs do sistema base, isto é, Kernel, bibliotecas, serviços, etc., isso acaba deixando os desenvolvedores mais tranquilos para focar em outras coisas, como a parte de interação com os usuários, ou seja, a interface e a forma com que ela se apresenta, para quem realmente tem paixão e dom para isso, algo que acho que é indiscutível que a equipe do elementary OS tem. É o exemplo de como o desenvolvimento de código aberto “across projects” pode nos trazer coisas interessantes.

Não que vá acontecer logo, até porque depende muito de como o Ubuntu se comportará nos próximos anos, mas é possível que o Ubuntu acabe se tornando algo mais parecido do Debian em alguns aspectos, especialmente no sentido de que o sistema será a base de outros projetos que procurem atender ao público doméstico em linhas gerais.

Do mesmo jeito que o Ubuntu usou (e usa) o Debian como base sólida para desenvolver os seus projetos e criar o seu público, distros como o elementary OS, o Linux Mint, entre outras, poderão fazer o mesmo e se desenvolver da mesma forma, com uma saída de leve do Ubuntu do mercado de desktop, dando menos importância para ele, essas distros tem tudo para preencher uma eventual lacuna.

Até a próxima!

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