Hoje comentaremos algumas notícias que saíram nas últimas semanas a respeito do universo Linux, dessa vez temos novidades sobre um Ubuntu todo de Snap, o futuro da Cortana da Microsoft, o novo Linux Mint e por qual razão a Red Hat parou com LibreOffice, vários projetos grandes.

Um Ubuntu todo de Snap

Um dos blogs sobre Ubuntu mais famosos do mundo, o OMGUbuntu, postou recentemente a notícia de que a próxima versão LTS do sistema da Canonical, o Ubuntu 24.04 LTS, poderá ter duas versões, uma tradicional, como a gente já conhece, e outra que seria imutável, totalmente baseada em Snaps.

A informação não foi publicada pela própria Canonical até agora, mas saiu de um comentário de um engenheiro da empresa em um post do próprio OMGUbuntu sobre ao Cups estar sendo portado para ser utilizado via Snap.

Por enquanto, a informação ainda pode ser tratada como um rumor, mas faz muito sentido que o Ubuntu e a Canonical sigam esse caminho. A ideia de um sistema imutável, nesse caso usando tecnologia dos Snaps, parece ser algo que o mercado anda demandando.

No canal Diolinux, temos uma playlist que se chama “Linux do futuro”, onde abordamos alguns assuntos, algumas tecnologias que devem fazer parte do Linux em breve, e ferramentas no entorno de imutabilidade com certeza são grandes destaques.

É compreensível porque a Canonical iria querer isto para o Ubuntu, primeiro que os concorrentes do mercado já estão oferecendo algo assim, e a própria Canonical já tem um projeto há quase 8 anos chamado Ubuntu Core, um sistema imutável, porém, voltado para internet das coisas. Essa mudança apenas elevaria o nível das coisas para o desktop, para os servidores, o que, na prática, tornaria o sistema muito mais modular.

Diferentemente dos flatpaks, apenas voltados para aplicativos desktop e gráficos geralmente, Snaps não tem essa limitação, eles podem ser usado para empacotar kernel, drivers, e várias coisas relacionadas ao núcleo do sistema.

Você poderia instalar um Snap, para ter uma nova interface, ou cada versão diferente do kernel ser um snap, assim você pode ter versões atualizadas ou antigas, dependendo da necessidade, sem que uma interfira na outra, tudo isolado. Aliado a isso, “snappar” o Ubuntu por completo, apesar de dar um trabalho grande agora, provavelmente vai poupar muitas horas no desenvolvimento e manutenção no futuro.

Red Hat parou com LibreOffice

Esse é um gancho perfeito para gente falar sobre a novidade da Red Hat, que anunciou que deixará de empacotar o LibreOffice a partir da próxima versão do Red Hat Enterprise Linux em RPM, o que naturalmente deve afetar o Fedora no futuro também.

Para quem não entende muito como isso funciona, apesar do próprio LibreOffice oferecer pacotes para todas as distros em .deb e .rpm, é muito comum de distros como o Fedora e o Ubuntu empacotarem e manterem seus próprios pacotes.Então o LibreOffice que existe no Fedora e no Ubuntu não é, tecnicamente o mesmo LibreOffice da Document Foundation.

A Red Hat parou com o LibreOffice e decidiu alocar esforços dos desenvolvedores para focar no Wayland e no suporte para HDR no Linux, e isso fará com que o LibreOffice mantido por eles, deixe de existir e de fazer parte da distros oficialmente, afinal, ele se tornaria um pacote orfão. 

Apesar da decisão ter gerado alguma polêmica, afinal, eles estariam removendo um componente tradicional do sistema, em geral, é compreensível. A forma de distribuição de softwares no Linux vem mudando, flatpak e Snaps vêm ganhando fama, esse retrabalho começa a fazer pouco sentido, quando se pode gastar o tempo com coisas muito mais impactantes.

É até estranho pensar que a Red Hat tem um time de engenheiros que pode melhorar o suporte de HDR no Linux, algo que afasta muitos profissionais do sistema e que pode melhorar a stack gráfica no Wayland, mas que esse pessoal estava reempacotando um LibreOffice. Já parou para pensar que são times inteiros, com várias pessoas, em diferentes distribuições, reempacotando o mesmo programa o tempo inteiro? Com certeza tem formas melhores de lidar com isso.

O que será da Cortana?

Do lado da Microsoft, temos duas novidades interessantes, a Cortana está sendo deixada de lado, uma manobra curiosa por parte da Microsoft, porque ela, assim como o Internet Explorer, mesmo tendo usuários, nunca realmente foram um grande destaque do Windows.

Na Microsoft Build recente a empresa falou sobre o WIndows Copilot, que no fim das contas faz o mesmo que a Cortana deveria fazer, mas de uma forma diferente. Teoricamente, a Microsoft poderia ter colocado todas as funções do Windows Copilot no sistema e dito que era a nova e melhorada versão da Cortana. Contudo, eles decidiram mudar o branding totalmente, talvez para espantar justamente a impressão prévia que as pessoas já tem, muito como foi feito tardiamente com o Microsoft Edge.

Outra novidade é o Microsoft Azure Linux, mais uma distro Linux da Microsoft, que como o nome sugere, é para usar na nuvem da empresa. Apesar de não ser novidade, é sempre divertido ver a Microsoft lançando Linux, os fãs dos dois lados ficam confusos.

Novidades no Linux Mint 21.2

Outra novidade desse mês vem do Linux Mint, apesar de que, conforme a gente se aproxima do lançamento do Beta do Mint 21.2, menos coisas realmente novas vão aparecendo. O post sobre os trabalhos realizados em Maio tem pouquíssimas informações, mas basicamente nos informa que a versão XFCE do Mint foi atualizada para o XFCE 4.18.

Tivemos melhorias nos XDG Portals em todas as interfaces suportadas pelo sistema, com algumas melhorias relacionadas aos temas das aplicações, onde a troca do visual deve ficar mais uniforme em todo o sistema.

O Cinnamon 5.8, que deve estrear com este Mint, tem recebido atualizações para suportar gestos em telas sensíveis ao toque e via touchpad, e algo interessante, é a menção de que a loja de aplicativos teria recebido um “refresh de UI”.

Há um bom tempo que a loja do Mint precisa de um upgrade visual, e ainda que essa menção ao “refresh de ui” seja intrigante, geralmente “refresh” é algo mais simples do que um “redesign”. Parece que teremos que esperar o sistema sair para ter certeza.

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