Quem é “das antigas” no mundo Linux já ouviu falar do servidor gráfico Mir, projeto esse encabeçado pela Canonical e que visava substituir o servidor X (Xorg) em seus sistemas, como o Ubuntu para desktops, Ubuntu Phone em dispositivos móveis e na área de internet das coisas (IoT).
Em 2018 foi lançado a primeira versão do Mir, a 1.0. que rodaria em uma versão específica do Ubuntu, o Ubuntu Core e também estaria associado com o Wayland, que dessa forma traria uma convergência muito grande, indo do desktop aos dispositivos móveis.
Uma aplicação que podemos dar como exemplo, são os quiosques de auto-atendimento, como aqueles que vemos em shoppings e supermercados.
Na época do lançamento do Mir, um dos engenheiros da Canonical fez um artigo falando sobre a aplicabilidade do projeto. Você pode acompanhar a nossa cobertura neste post.
Novidades do Mir 1.8
Em sua nota de lançamento, as principais novidades do Mir 1.8, foram a adição do suporte ao HiDPI e avanços na portabilidade.
Na questão do suporte do HiDPI, o comentário da equipe foi:
Para que as janelas apareçam no tamanho correto nas saídas de alta resolução, tudo na tela precisa ser dimensionado. Para que eles apareçam nítidos, o Mir deve solicitar que o aplicativo renderize suas janelas em uma resolução mais alta. O Mir há muito tempo possui a infraestrutura para suportar o dimensionamento de saída e agora implementamos todos os bits para fazer isso funcionar com os clientes Wayland. Escala fracionária e escalas individuais para cada saída são suportadas. Ainda existem algumas arestas e erros abertos, mas achamos que o estado atual já é útil.
No quesito da portabilidade, haviam alguns bugs referentes à lógica de inicialização do Mir no Fedora e no Arch Linux, que foram corrigidos nesta versão.
Eles também divulgaram uma lista de aprimoramentos e bugs corrigidos, que são:
Aprimoramentos da versão 1.8
- [Mir-on-X] Permite especificar escala para saídas falsas;
- [MirAL] Implemente o estado “sem janela ativa”;
- [geometry] Permite a divisão por um scaler;
- [Mir-on-X] Ative a opção –display-config;
- [Mir-on-X] Desativar o cursor do host X11 na janela do Mir;
- [Mir-on-Wayland] Escala correta no HiDPI;
- [mir-shell] Escala de fundo corretamente;
- [mesa-kms] Suporta saídas em escala;
- [Wayland] Suporte a clientes em escala;
- [gráficos] Corrija a configuração de exibição lado a lado para saídas em escala;
- [mir-shell] Suporte ao lançamento do Terminal GNOME em todas as plataformas;
- [Mir-on-Wayland] Conecte apenas se wayland-host estiver configurado.
Bugs consertados
- [mir-shell] Primeiro Ctrl-Alt-T para o gnome terminal leva ~ 30s ( # 1319 );
- [mir-shell] Aplicativos GTK fazem CPU at-spi2-registr hog ( # 1321 );
- [mir-shell] Trava na saída quando executado com várias janelas X11 ( # 1327 );
- [X11] A entrada do cursor às vezes “atravessa” a janela superior ( # 1275 );
- [renderer] Cintila e trava com várias saídas ( # 1317 , # 1332 )
- [gráficos] Falha quando o cursor do software muda rapidamente ( # 1347 );
- Suporte do Fedora ( # 1382 , # 1384 );
- [mirclient] Não envia eventos para a janela após o lançamento.
Se você quiser experimentar o Mir e conhecer como é trabalhar com ele, para usuários do Ubuntu é bastante simples. Basta adicionar o PPA oficial do projeto, temos um artigo ensinando como adicionar um PPA, ou compilar diretamente através do tarball.
Em caso de dúvidas acessem o nosso fórum, o Diolinux Plus. Nos vemos no próximo artigo, forte abraço!