O universo das distribuições Linux é vasto, diversificado e, às vezes, um tanto quanto imprevisível. Enquanto algumas distribuições seguem um modelo point release, com versões numeradas e lançamentos planejados, outras adotam o modelo rolling release, onde as atualizações são constantes e não há grandes marcos de versão.
Em 2025, várias distribuições rolling release trouxeram novidades interessantes, desde parcerias inesperadas até mudanças significativas em segurança e usabilidade. Vamos explorar o que está acontecendo nesse cenário dinâmico.
Arch Linux e Valve
Se alguém dissesse há alguns anos que a Valve, a gigante por trás da Steam, faria uma parceria com o Arch Linux, provavelmente a reação seria um misto de surpresa e “faz sentido, mas… por quê?”. Afinal, o Steam Deck já roda um sistema baseado no Arch Linux, então essa colaboração parece natural, mesmo que inesperada.
A parceria, no entanto, não é algo que o usuário comum verá diretamente. Trata-se de um projeto mais técnico, focado em infraestrutura de build e Secure Boot. Ou seja, nada de recursos visíveis no curto prazo, mas algo que pode trazer benefícios significativos para a estabilidade e segurança do sistema no futuro.
Para quem acompanha o desenvolvimento do Arch Linux, essa é uma notícia animadora. Para os demais, é mais um daqueles casos em que a gente olha e pensa: “Ah, legal… mas e o Half-Life 3?”
openSUSE Tumbleweed e Zypper: downloads paralelos, finalmente!
O OpenSUSE Tumbleweed é uma das distribuições rolling release mais sólidas do mercado, e em 2025 ela trouxe uma novidade que muitos usuários já esperavam há tempos: suporte a downloads paralelos no Zypper.
Para quem não está familiarizado, o Zypper é o gerenciador de pacotes do OpenSUSE, e até então, ele baixava os pacotes um de cada vez – algo que atualmente soa quase arcaico. Agora, seguindo os passos do APT (que já faz isso há anos), o Zypper permite baixar vários pacotes simultaneamente, acelerando consideravelmente o processo de atualização.
Além disso, o OpenSUSE também anunciou uma mudança significativa em seu esquema de segurança: a migração do AppArmor para o SELinux como padrão em novas instalações. Para o usuário doméstico, essa mudança pode passar despercebida, mas em ambientes corporativos, será necessário ajustar permissões e reconfigurar algumas aplicações.
Ou seja, se você é um usuário caseiro do Tumbleweed, pode comemorar os downloads mais rápidos. Se é um administrador de sistemas, bem… boa sorte com o SELinux.
Notas de lançamento do BigLinux Community
Distribuições brasileiras de Linux muitas vezes sofrem com a falta de documentação clara e notas de lançamento organizadas. Felizmente, o BigLinux Community decidiu mudar esse cenário em 2025, introduzindo notas de lançamento detalhadas – algo raro no ecossistema de distribuições nacionais.
Antes, para saber o que havia de novo, era necessário mergulhar em grupos de Telegram ou conversar diretamente com os desenvolvedores. Agora, há um espaço oficial onde as novidades são listadas de forma clara e acessível.
Graças à comunidade, o BigLinux suporta GNOME, XFCE e KDE, além de oferecer uma versão minimalista chamada Big Base, que funciona como uma base modular para quem quer construir sua própria distribuição. É como um Lego digital: você pega a base e monta o sistema do jeito que quiser.
Se outras distribuições brasileiras seguirem o exemplo, será um grande avanço para a comunidade. Afinal, como produtores de conteúdo sobre Linux, ter as novidades expostas, mesmo que de maneira simples, é melhor do que ter que adivinhar o que mudou na última atualização.
O fenômeno do novo COSMIC
O Cosmic, a nova interface desenvolvida pelo System76, ainda está em fase alpha (sim, alpha, menos estável do que beta). Mesmo assim, várias distribuições já estão anunciando versões com essa interface – o que é, no mínimo, curioso.
O Garuda Linux, por exemplo, anunciou uma edição focada no Cosmic. Mas o caso mais surpreendente foi o Vanilla OS, que decidiu lançar uma nova distribuição chamada Singularity OS, baseada no Vanilla mas com o Cosmic como interface padrão.
Isso é particularmente irônico, porque o Vanilla OS original tinha como proposta ser um sistema “puro”, sem modificações. Agora, não só ele já não é mais tão vanilla, como ainda está apostando em uma interface que nem estável é.
Parece que o nome “Vanilla” agora se refere apenas ao fato de que ele é o “sabor básico” da prórpria distro.
Vanilla OS: de sistema minimalista a projeto complexo
Falando em Vanilla OS, essa distribuição passou por tantas mudanças que já nem se parece mais com sua proposta inicial. Originalmente, a ideia era oferecer um sistema limpo, sem alterações em relação ao GNOME puro. Hoje, ele incorpora tecnologias próprias, como o sistema de AB root (que permite duas raízes alternadas para atualizações mais seguras).
Embora seja uma abordagem interessante para alguns usuários, ela também adiciona complexidade. Instalar um pacote simples pode exigir etapas extras, o que pode ser um obstáculo para quem busca praticidade.
Se você gosta de experimentar tecnologias novas e não se importa com uma curva de aprendizado mais íngreme, o Vanilla OS pode ser uma opção interessante.
Este conteúdo é um corte do Diocast! Assista na íntegra ao episódio onde demos uma olhada em alguns dos lançamentos mais aguardados para 2025 e quais distros Linux têm potencial para bombar!