No último dia 23, Linus Torvalds anunciou que já temos pronto o kernel Linux 6.3 e que, no dia seguinte, abriria a janela de desenvolvimento para o Linux 6.4. A nova versão do pinguim traz suporte a recursos presentes em processadores de última geração, a alguns controles de videogame, como o que vem embarcado no console Steam Deck, à próxima geração da internet e muito mais, confira!
Novos recursos do Linux 6.3 para processadores Intel, AMD e Qualcomm
Dentre os destaques do kernel Linux 6.3, temos um novo driver de aceleração para o Gerenciador de Renderização Direta (DRM) das VPUs Intel, que são unidades de processamento visual que possibilitam a execução de cargas de trabalho exigentes de visão computacional e inteligência artificial. Graças a isto, somado a outros ajustes, há suporte inicial ao vídeo integrado de processadores Intel da 14ª geração “Meteor Lake”. A Intel também ajustou seu driver de Inteligência artificial feito pela Habana Labs AI, para integrar ao novo subsistema de aceleração, em vez de atuar no “char/misc”.
Processadores AMD com chips Zen 4, como os da série 7000 e os EPYC 9004 ganharam um pouco mais de desempenho, graças ao suporte ao Automatic IBRS, um recurso recém-chegado, semelhante ao Enhanced IBRS da Intel, que mitiga inconsistências no processamento causadas pelo sobreaquecimento (conhecido como “falha Spectre”), com mais eficiência do que a técnica utilizada anteriormente, a Retpolines, ainda suportada pelos chips Zen 4 e utilizada pelo kernel até então.
As novas plataformas AMD também se beneficiam do kernel Linux 6.3 no quesito da eficiência energética, algo que impacta principalmente laptops, graças ao novo módulo AMD P-State EPP, que economiza carga e aumenta a vida útil de baterias. O módulo de segurança Microsoft Pluton TPM, integrado a alguns processadores móveis da AMD, também passou a ser reconhecido.
Processadores Intel e AMD ganharam suporte para até 12 canais de memória DDR5 em servidores com tecnologia Granite Rapids, promovendo a possibilidade de maior largura de banda no fluxo de dados em equipamentos de alto desempenho de última geração
Quatro meses após o lançamento dos processadores Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2, o kernel Linux trouxe pela primeira vez o suporte a esta nova geração, assim como para diversos componentes e dispositivos que utilizam a arquitetura ARM, incluindo kits de desenvolvimento, smartphones, tablets e TV boxes.
Novos componentes e tecnologias suportadas
Agora há suporte nativo ao joypad integrado do Steam Deck, do volante Logitech G923 e do controle com fio 8BitDo Pro 2. O kernel Linux 6.3 também percebe sensores de diversas placas-mãe ASUS, além disso, o driver Wi-Fi 7 Qualcomm ath12k foi integrado ao Linux, que está se preparando para a próxima geração da rede sem fio.
Falando em rede, agora o kernel tem suporte ao IPv4 “BIG TCP” que melhora o desempenho em internet de alta velocidade, em adição ao IPv6 “BIG TCP” que foi introduzido na versão anterior e beneficia especialmente conexões de pelo menos 25 Gbit. Na área do armazenamento, os formatos EXT4 e Btrfs receberam aprimoramentos na velocidade do fluxo de dados.
O novo Linux recebeu diversas modificações relacionadas ao DRM além as aplicadas à VPU Intel, primeiro, foi a remoção de drivers dessa categoria que estão obsoletos, encerrando o suporte para componentes como os ATI Rage 128, 3Dfx, S3 Savage, Intel 810, SiS e VIA, por outro lado, houve melhorias em módulos DRM para oferecer uma melhor qualidade de imagem no sinal de televisões analógicas. Já o Qualcomm Adreno e o Raspberry Pi receberam correções em seus módulos.
Esta edição do kernel teve ainda mais componentes reescritos com a linguagem de programação Rust, incluindo os módulos Arc, ArcBorrow, UniqueArc, ForeignOwnable e ScopeGuard.
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