O GTK, o famoso toolkit de código aberto usado para criar interfaces gráficas em sistemas como GNOME, Cinnamon e até mesmo no Firefox, está passando por uma transformação. Em preparação para o GTK 5, a equipe de desenvolvimento anunciou mudanças que prometem modernizar a ferramenta, mas também deixar alguns usuários nostálgicos. Vamos mergulhar nas novidades e entender o que isso significa para o futuro do desenvolvimento de interfaces gráficas.
X11 e Broadway: o fim de uma e era
Uma das maiores mudanças anunciadas é o fim do suporte ao X11 e ao Broadway, indicando que eles poderão ser removidos no GTK 5. O X11, protocolo de exibição que existe desde os anos 1980, está sendo aposentado. A justificativa? Simplificar o código e focar em tecnologias mais modernas, como o Wayland. Já o Broadway, que permitia exibir aplicativos GTK em navegadores web, nunca saiu da fase experimental e acabou sendo abandonado por falta de manutenção.
Para os fãs do X11, a notícia pode ser um balde de água fria, mas a equipe do GTK garante que a mudança é necessária para seguir em frente. Afinal, não se faz omelete sem quebrar alguns ovos.
Adeus ao OpenGL
Outra mudança que pode deixar alguns usuários de hardware antigo de cabelo em pé é a remoção do renderizador OpenGL. A equipe do GTK reconhece que isso pode ser um problema para quem ainda usa drivers desatualizados, mas promete com isso conseguir otimizar os novos renderizadores para hardware moderno. A ideia é garantir que o GTK continue rápido e eficiente, mesmo que isso signifique deixar para trás algumas tecnologias.
Mas nem tudo são despedidas. O GTK está investindo pesado em acessibilidade, com melhorias no backend Atspi para Linux e a introdução do AccessKit, que finalmente traz suporte a acessibilidade para Windows e macOS. Isso significa que aplicativos GTK poderão ser mais inclusivos e funcionais em diferentes plataformas, um passo importante para garantir que todos possam usufruir das interfaces criadas com o toolkit.
GTK no Android
Agora, a cereja do bolo: o GTK está chegando ao Android! Graças ao trabalho do desenvolvedor Florian “sp1rit”, um backend experimental para Android está em desenvolvimento. Ainda em estágio inicial, ele já permite rodar aplicativos GTK em dispositivos móveis, como o gtk4-demo. Claro, ainda há bugs e funcionalidades faltando, mas a ideia é que, no futuro, seja incorporado oficialmente ao GTK.
Com todas essas mudanças, o GTK também está ajustando seus requisitos mínimos. Agora, é necessário ter pelo menos Windows 10 ou macOS 10.15 para rodar aplicativos GTK. A equipe justifica que lidar com APIs desatualizadas e versões antigas dos sistemas operacionais era como navegar em um labirinto — e ninguém gosta de se perder em labirintos, certo?
Se você é desenvolvedor, não precisa entrar em pânico. As depreciações anunciadas só exigirão ação quando você migrar para o GTK 5, o que ainda não está no horizonte imediato. Enquanto isso, continue usando o GTK 4 e aproveite as melhorias incrementais, como otimizações no layout de widgets e correções de bugs.
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