A primeira atualização da série 3.0 do GIMP chega apenas uma semana após o lançamento principal, demonstrando um ritmo de desenvolvimento mais acelerado do que costumamos.A equipe do GIMP retomou uma prática abandonada desde a versão 2.10: reservar atualizações menores exclusivamente para refinamentos e correções, deixando as novidades para lançamentos mais substanciais. Hoje vamos conhecer o que há de novo no GIMP 3.0.2.
Enfrentando fantasmas do passado
Entre as correções mais significativas está um problema peculiar que afetava usuários do macOS, e das versões Flatpak e Snap. Ao tentar selecionar pincéis no modo Icon Grid, o aplicativo simplesmente decidia que já tinha cumprido sua missão e encerrava abruptamente. O que tornava este bug especialmente traiçoeiro era sua natureza esquiva – ele não se manifestava consistentemente em todas as plataformas, exigindo uma verdadeira investigação por parte dos desenvolvedores para isolar e eliminar o problema.
Outra dor de cabeça resolvida foi o desaparecimento misterioso dos plugins Python e do verificador de atualizações automáticas na versão Windows. Aparentemente, um erro de empacotamento havia deixado esses componentes pelo caminho durante o processo de compilação. Situação semelhante ocorria no macOS, onde alguns filtros de exibição e seletores de cor simplesmente se recusavam a aparecer.
Um dos desafios mais sutis enfrentados pela equipe envolvia a interação entre o tema padrão do GIMP e os diversos temas de sistema. Em certas configurações, elementos da interface podiam aparecer com cores estranhas ou layout comprometido. Para isso foram criadas regras CSS específicas garantindo que o GIMP mantenha sua identidade visual independentemente do ambiente em que é executado.
Enquanto isso, no fronte dos dispositivos de entrada, uma tentativa bem-intencionada de melhorar o suporte a tablets acabou tendo consequências inesperadas. O patch em questão resolvia um problema de detecção da ponta de borracha em algumas canetas stylus, mas inexplicavelmente causava problemas de sensibilidade à pressão em outros modelos. Diante desse dilema, a equipe optou por uma retirada estratégica – revertendo a mudança temporariamente até que uma solução mais abrangente possa ser implementada.
Para os usuários Windows, a instalação do GIMP tornou-se um processo mais seguro e completo. A versão 3.0.2 introduz a criação automática de pontos de restauração do sistema durante instalações globais, um recurso que muitos nem sabiam que precisavam até tê-lo disponível. Além disso, o processo de desinstalação ganhou mais transparência, agora perguntando explicitamente se o usuário deseja remover também arquivos de configuração – uma opção valiosa para quem precisa começar do zero sem resquícios de instalações anteriores.
GIMP em evolução
Por trás das cenas, o projeto GIMP continua a evoluir em múltiplas frentes. A biblioteca GEGL, responsável pelo processamento de imagens, recebeu sua própria atualização (versão 0.4.58) corrigindo um problema com a aplicação de dither em coordenadas negativas. O sistema de traduções também foi ampliado, com contribuições em 10 idiomas diferentes, do búlgaro ao ucraniano.
No ecossistema macOS, estão trabalhando em um pacote de desenvolvimento para plugins que promete simplificar drasticamente o processo de criação de extensões para a plataforma Apple. Tradicionalmente uma tarefa árdua no mundo macOS, o desenvolvimento de plugins para o GIMP está prestes a se tornar acessível a um público muito mais amplo de programadores.
As estatísticas de desenvolvimento revelam um projeto vibrante: desde o lançamento do 3.0.0, foram 54 commits, 15 merge requests incorporados e 13 problemas resolvidos. Uma equipe de 20 contribuidores diretos trabalhou nesta atualização, incluindo desenvolvedores do núcleo, especialistas em plugins, tradutores e designers de temas e ícones.
Enquanto a equipe continua a aperfeiçoar a base estável da versão 3.0, os preparativos para o GIMP 3.2 já estão em andamento. Embora detalhes específicos ainda não tenham sido divulgados, o roadmap sugere que podemos esperar novas funcionalidades significativas na próxima iteração.
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