O desempenho do computador pode dobrar sem precisar comprar nenhuma peça
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O desempenho do computador pode dobrar sem precisar comprar nenhuma peça

Memes de “fazer download memória RAM” e relatos de pessoas que estragam componentes de seus computadores tentando obter mais velocidade de processamento fazendo overclock não são raros. Mas segundo pesquisadores, é possível até quase dobrar o desempenho do computador ou smartphone sem precisar adicionar nenhum componente, nem forçar nada, é tudo uma questão de ajustar o software.

Hung-Wei Tseng, professor de engenharia elétrica e da computação associado à universidade UC Riverside na Califórnia pôs a prova de seus pares no 56º Simpósio anual internacional em microarquitetura IEEE/ACM, um estudo onde, mudando o fluxo do processamento de software, obteve muito mais desempenho gastando menos energia.

Entenda como a tecnologia funciona

Computadores modernos possuem múltiplos processadores dedicados a tarefas diferentes, como as GPUs, para processamento gráfico, além de hardwares específicos para acelerar inteligência artificial e machine learning, como o Neural Engine do iPhone. 

Atualmente, da forma como as ferramentas de programação convencionais funcionam, esses componentes trabalham separadamente, movendo os dados de um para o outro, como numa linha, deixando os demais núcleos de processamento ociosos. Entretanto, esses componentes são, teoricamente, capazes de trabalhar simultaneamente.

A técnica proposta pelo professor e seu graduando Kuan-Chieh, introduz o que chamam de “simultaneous and heterogeneous multithreading” (SHMT), em português, “multiprocessamento simultâneo e heterogêneo”. Ela é descrita como uma proposta de desenvolvimento de um framework capaz de aproveitar a capacidade de processamento simultâneo. Em seus testes, utilizaram uma plataforma embarcada com processador ARM com múltiplos núcleos, uma GPU NVIDIA e um hardware acelerador com Tensor cores. Eles alcançaram 1,96 mais velocidade de processamento, com 51% de redução de consumo de energia, comparado ao atual fluxo de processamento.

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Computador utilizado pelos pesquisadores. Imagem: Reprodução

Tal incremento pode oferecer um salto de qualidade não apenas para usuários finais, mas principalmente em parques de servidores com milhares de unidades de processamento, que gastam muita energia elétrica e ainda tem alto custo na hora de fazer algum upgrade.

Mas o estudo ressalta que a novidade precisa ser investigada mais a fundo para entender melhor como deve ser implementada, quais hardwares teriam suporte, como otimizar o código-fonte, quais seriam os benefícios na prática, além dos possíveis impactos negativos. De toda forma, os softwares precisariam ser recompilados para tirarem proveito da novidade.

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