Os consoles portáteis existem desde os anos 80, mas a partir de quando os smartphones se popularizaram, ficaram limitados a um nicho de entusiastas de retrogames e dispositivos especializados. A Valve, no entanto, mudou esse cenário com o Steam Deck, trazendo a experiência de PC gaming para as mãos de milhões de jogadores.
Mas será que o Steam OS, o sistema operacional por trás do Steam Deck, vai se espalhar para outros dispositivos? Ou a Valve vai manter um controle rígido sobre sua plataforma? E como a Microsoft, Sony e Nintendo estão reagindo a essa revolução?
Steam OS: uma onda ou uma revolução?
O Steam OS nasceu como um sistema otimizado para o Steam Deck, oferecendo uma experiência de console em um dispositivo portátil. A Valve, porém, não quer limitá-lo apenas ao seu hardware. Já existem ferramentas oficiais para instalar o Steam OS em outros dispositivos, como o Lenovo Legion Go e até notebooks com AMD.
Mas há um porém: a Valve não oferece suporte oficial para essas instalações. Se algo der errado, o usuário está por conta própria. Essa abordagem mostra que, embora a empresa queira expandir o ecossistema, ela não está disposta a abrir mão do controle sobre produtos oficialmente suportados.
Apesar do interesse de fabricantes, é improvável que vejamos uma enxurrada de portáteis com Steam OS pré-instalado. A Valve parece preferir parcerias estratégicas, como a do Legion Go, em vez de liberar o sistema para qualquer um.
O motivo? Suporte e consistência. A Valve quer garantir que a experiência do usuário de dispositivos oficiais seja sempre fluida, algo difícil de controlar se qualquer fabricante puder lançar um dispositivo com Steam OS sem padrões mínimos de qualidade.
O Xbox “portátil” da ASUS
Enquanto a Valve domina o mercado de portáteis PC, a Microsoft decidiu entrar no jogo de forma indireta. Em parceria com a ASUS, anunciou o ROG Ally X, um portátil com Windows otimizado para jogos, em dois modelos:
- ROG Ally X (Top de Linha): Ryzen Z2 Extreme, 24 GB de RAM, 1 TB de armazenamento.
- ROG Ally (Modelo Básico): Ryzen Z2, 16 GB de RAM, 512 GB de armazenamento.
A grande jogada da Microsoft foi criar uma versão customizada do Windows, supostamente mais otimizada para jogos em portáteis. Mas será que isso será suficiente para competir com a simplicidade do Steam OS?
A Nintendo e o Switch 2
A Nintendo sempre dominou o mercado de portáteis, e o Switch 2 promete continuar essa tradição. Diferente do Steam Deck, que é focado em jogos de PC, a Nintendo mantém seu ecossistema fechado, com exclusivos como Zelda e Mario.
A pergunta é: O Switch 2 vai evoluir o suficiente para competir com os portáteis PC? Ou será apenas uma melhoria incremental do Switch original? Apesar da nova política de preços ainda menos acessíveis, o lançamento foi um sucesso, mas resta saber se será o bastante para furar a bolha dos fãs da Nintendo.
A Sony e o PlayStation Portal
O PlayStation Portal foi uma tentativa da Sony de entrar no mercado de portáteis, mas sua dependência do PS5 e limitações técnicas o tornaram um produto nichado, sendo pouco mais que um controle com tela.
Rumores sugerem que a Sony pode estar trabalhando em um verdadeiro portátil standalone, capaz de rodar jogos nativamente. Se isso se confirmar, a briga entre Steam OS, Windows e PlayStation OS vai esquentar ainda mais.
Por que os celulares não dominaram os games?
Há alguns anos, parecia que os smartphones iriam substituir os consoles portáteis. Afinal, eles têm poder de processamento comparável e estão sempre no bolso do usuário.
Mas isso não aconteceu. Por quê?
A maioria dos jogos mobile são freemium cheios de anúncios, longe da experiência premium oferecida por jogos de PC e console. Até a Apple tentou mudar isso com ports de Resident Evil no iPhone, mas as vendas foram pífias.
Jogar em touchscreen é uma experiência péssima para a maioria dos títulos AAA. Acessórios como controles Bluetooth ajudam, mas considerando a gama limitada de games nativos, não são tão atraentes, exceto para quem deseja rodar emuladores ou espelhar a tela do PC gamer.
O mercado de portáteis está só começando
O Steam Deck provou que há demanda por portáteis poderosos e fáceis de usar. Agora, gigantes como Microsoft, Sony e Nintendo estão correndo para não ficar para trás.
Enquanto a Valve mantém seu Steam OS sob controle, a Microsoft aposta em um Windows otimizado para jogos, e a Nintendo e Sony preparam seus próximos movimentos.
Uma coisa é certa: o futuro dos portáteis nunca foi tão promissor e variado. E, dessa vez, os smartphones não vão roubar a cena.
Este conteúdo é um corte do Diocast. Assista na íntegra ao episódio onde conversamos sobre como o cenário dos consoles portáteis parecia confinado a um nicho de entusiastas. No entanto, o sucesso do SteamDeck da Valve reacendeu o interesse do público por esse formato de jogatina, provando que há um vasto mercado sedento por experiências de alta qualidade.
