Enquanto o GNOME Boxes reina como a solução simplificada mais conhecida para virtualização no mundo Linux, o KDE decidiu que está na hora de ter seu próprio gerenciador de máquinas virtuais – e ele se chama Karton. Desenvolvido como parte do Google Summer of Code (GSoC) 2025, o projeto promete trazer uma alternativa nativa, moderna e bem integrada ao Plasma Desktop.
O que é o Karton?
Originalmente, o Karton começou como um frontend CLI para o QEMU, uma ferramenta poderosa, mas não exatamente amigável para quem não gosta de terminal. Agora, graças ao trabalho de Derek Lin, um estudante da Universidade de Waterloo, o projeto está ganhando uma interface gráfica moderna baseada em Qt Quick/Kirigami, com um backend em libvirt para gerenciar máquinas virtuais de forma eficiente.

Imagem: KDE
A ideia é oferecer uma experiência tão simples quanto a do GNOME Boxes, mas com a integração e o visual característico do KDE Plasma. E, claro, sem depender de ferramentas GTK em um ambiente Qt.
O que já funciona?
Até agora, Derek já implementou:
- Listagem e visualização de VMs através do libvirt;
- Um instalador de sistemas operacionais que detecta imagens de instalação e gera automaticamente a configuração XML necessária para o libvirt;
- Gerenciamento de discos virtuais QEMU.
Mas os planos não param por aí. Nos próximos meses, o Karton pode ganhar:
- Suporte a snapshots (para salvar e restaurar o estado das VMs);
- Monitoramento de recursos (CPU, RAM e outros dados em tempo real);
- Mais opções de configuração, incluindo pass-through de dispositivos (ótimo para quem quer usar GPUs dedicadas em VMs);
- Uma interface mais eficiente, possivelmente inspirada no UTM (um gerenciador de VMs popular no macOS).
Ou seja, o Karton não quer ser só um concorrente direto do GNOME Boxes – quer ser melhor.

Atualmente, muitos usuários do KDE acabam recorrendo a ferramentas como virt-manager ou GNOME Boxes para gerenciar máquinas virtuais. O problema? Essas aplicações são baseadas em GTK, o que significa que não se integram bem com o tema e o estilo do Plasma e em alguns casos, podem ter problemas de desempenho em ambientes Qt.
Com o Karton, os usuários do KDE terão uma solução nativa, rápida e totalmente adaptada ao seu ambiente de desktop favorito. E, de quebra, ainda ganharão funcionalidades extras que faltam em alternativas mais simples.
Quando estará pronto?
O projeto continua em desenvolvimento ativo, então não espere uma versão estável tão cedo. No entanto, quem quiser testar (e não se importar com alguns bugs) já pode acompanhar o progresso no Git do KDE e até contribuir com sugestões.
Se tudo correr bem, o Karton pode se tornar a opção padrão para virtualização no KDE Plasma 6 – e finalmente dar ao GNOME Boxes a concorrência que ele merece.
Enquanto isso, que tal fazer um tour pelo GNOME Boxes?