O projeto GNOME, um dos ambientes de desktop mais populares do mundo Linux, está passando por um momento de transformação e desafios. Com um novo diretor executivo, Steven Deobald, a fundação busca equilibrar as contas enquanto enfrenta ataques de haters e reforça seu compromisso com a inclusão durante o Mês do Orgulho LGBTQIA+.
A crise financeira do GNOME
O GNOME não está quebrado, mas também não está nadando em dinheiro. A ex-diretora Holly Million deixou o cargo em julho de 2024 após uma gestão de dez meses, sem conseguir colocar as finanças nos trilhos. Felizmente, o interino Richard Littauer e o presidente Rob McQueen garantiram um respiro financeiro com ajuda da Dalio Foundation, permitindo que Deobald assumisse sem pressa desesperadora.
Em seu relatório mais recente, Deobald admitiu que está “varrendo o chão” das finanças da fundação, analisando planilhas com a diretora de operações Rosanna Yuen para entender o fluxo de caixa. A estratégia? Simplificar os números e traçar um plano de captação de recursos sem promessas milagrosas.
Ou seja: o GNOME não está em colapso, mas também não vai distribuir notebooks de última geração para os contribuidores tão cedo.
Inclusão no código e na vida
Enquanto lida com as finanças, Deobald também está firmando posição em questões sociais. O GNOME aderiu ao Pride Month com antecedência, lançando wallpapers temáticos criados pelo designer Jakub Steiner e hasteando bandeiras coloridas em suas redes sociais.

Deobald destacou que, assim como o movimento LGBTQIA+, o código aberto é sobre inclusão – seja permitindo que um usuário com um Chromebook velho rode o GNOME ou garantindo traduções para idiomas marginalizados.
Infelizmente, nem todo mundo concorda com essa visão. Grupos têm atacado membros do GNOME com mensagens anti-LGBTQIA+, racistas, misóginas e antissemitas. Segundo o Foss Force, figuras polêmicas têm alimentado essa hostilidade, ridicularizando o apoio do GNOME ao Pride.
A moderação do GNOME já bloqueou ataques em seu fórum Discourse e está colaborando com a equipe do Matrix para reduzir assédios na plataforma. Mas, como muitos colaboradores vivem em regimes opressivos ou zonas de guerra, a preocupação com a segurança é real.
O que mais está acontecendo no GNOME?
Além das finanças e do Pride, a fundação está ocupada com:
- Ferramentas internas: Migrando do OnlyOffice (que causou perda de dados) para soluções mais estáveis, como Nextcloud + Nautilus;
- A busca por um tesoureiro: Alguém disposto a lidar com orçamentos de software livre;
- Eventos: Deobald planeja participar da UN Open Source Week em Nova York.
Ou seja, o GNOME segue em frente, entre planilhas, wallpapers coloridos e a luta por um open source mais inclusivo. E, pelo visto, Steven Deobald está pronto para encarar tanto os números no vermelho quanto os haters.
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