OBS Studio vs. Fedora: a batalha dos Flatpaks que ninguém esperava
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OBS Studio vs. Fedora: a batalha dos flatpaks que ninguém esperava

Às vezes, até projetos que compartilham os ideais similares acabam em desentendimentos públicos. Desta vez, o protagonista da história é o OBS Studio, uma das ferramentas mais populares para gravação e transmissão de vídeos, e o Fedora, uma das distribuições Linux mais respeitadas. O motivo do conflito? Um flatpak mal empacotado que gerou confusão, reclamações e até ameaças de ação legal.

O que aconteceu?

Tudo começou quando usuários do Fedora começaram a reportar problemas com o OBS Studio. Acontece que o Fedora distribui sua própria versão do OBS Studio em formato flatpak, construída a partir de pacotes RPM e mantida em seu repositório. O problema é que essa versão estava cheia de bugs: crashes frequentes, problemas com aceleração de hardware e até incompatibilidades com o encoder OpenH264.

Para piorar, muitos usuários não sabiam estarem usando uma versão não oficial do OBS Studio. Eles achavam que o problema estava no software original e, naturalmente, direcionavam suas reclamações ao time de desenvolvimento do OBS. 

O pedido (e a frustração) do OBS Studio

Joel Bethke, líder do projeto OBS Studio, decidiu agir. Ele abriu um tíquete no GitLab do Fedora pedindo que a distribuição ou removesse o flatpak problemático ou deixasse claro que se tratava de uma versão não oficial. Em suas palavras:

“Não é responsabilidade dos desenvolvedores upstream garantir que pacotes downstream funcionem, especialmente quando esses pacotes substituem versões oficiais.”

Além disso, Bethke questionou por que o Fedora decidiu criar seu próprio flatpak do OBS Studio, já que a equipe do OBS já mantém uma versão oficial no Flathub, que é bem testada e funcional.

Infelizmente, as discussões entre o OBS Studio e o Fedora não foram tão produtivas quanto o esperado. Segundo Bethke, representantes do Fedora não levaram as preocupações a sério e, em um momento, até chamaram a equipe do OBS de “terríveis mantenedores”. Isso foi a gota d’água.

No dia 12 de fevereiro de 2025, Bethke enviou uma resposta dura no tíquete original, classificando o flatpak do Fedora como um “fork hostil” e exigindo a remoção de toda a marca OBS Studio (nome, logo e propriedade intelectual) da distribuição. Ele deu um prazo de sete dias úteis para que o Fedora atendesse à solicitação, sob risco de ação legal.

Felizmente, a ameaça parece ter surtido efeito. Neal Gompa, um conhecido contribuidor do Fedora e membro do Fedora Engineering Steering Committee (FESCo), abriu uma solicitação para remover o flatpak do OBS Studio do repositório do Fedora. Além disso, o pacote foi marcado como “end of life” (fim de vida), indicando que será removido em breve.

Para os usuários do Fedora, a remoção do flatpak problemático é uma boa notícia. Agora, pela loja de aplicativo, eles terão como primeira opção a versão oficial do OBS Studio diretamente do Flathub, que é melhor mantida e mais estável. 

Esse episódio serve como um lembrete de que, no mundo do software livre, a colaboração e a comunicação são essenciais. Distribuições como o Fedora têm a responsabilidade de garantir que os pacotes que oferecem sejam de alta qualidade e não causem confusão para os usuários ou problemas para os desenvolvedores upstream.

Se você é usuário do Fedora, já sabe: na dúvida, opte pela versão oficial do Flathub.

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