No universo das distribuições Linux, o elementary OS sempre se destacou por sua proposta de fornecer uma interface visualmente atraente e uma experiência de usuário focada na simplicidade e facilidade de uso, especialmente para quem está migrando de sistemas como o macOS.
O lançamento do elementary OS 8 não foi diferente. Com uma série de melhorias e ajustes em relação às versões anteriores, o sistema continua a ser uma excelente opção para aqueles que buscam uma interface limpa e sem distrações. No entanto, como toda distribuição, o elementary OS 8 também apresenta pontos que merecem uma análise mais crítica.
Melhorias no elementary OS 8
Uma das grandes novidades dessa versão é a mudança no tratamento de aplicativos empacotados no formato Flatpak e na integração com o Flathub, permitindo um gerenciamento desses pacotes de forma mais fluida e integrada. Isso resolve uma das principais críticas de versões anteriores, nas quais a instalação de Flatpaks era um processo que demandava passos a mais do em outras distribuições populares, e ainda continha mensagens alarmantes que poderiam inibir iniciantes a instalar aplicativos essenciais.
Além disso, o Pantheon, ambiente gráfico padrão do elementary OS, continua a ser um dos maiores destaques, com sua interface simplificada e design minimalista. A distribuição se mantém fiel ao seu propósito de ser uma opção amigável para usuários iniciantes, com um layout intuitivo que lembra o macOS, embora os desenvolvedores afirmem que não se trata de uma inspiração no sistema da Apple.

Outra mudança importante foi a melhoria nas atualizações do sistema. O processo de atualização passou a ser mais rápido e eficiente, embora ainda haja críticas quanto à falta de uma maneira mais simples e automatizada de atualizar para novas versões do sistema, como da série 7 para a 8. Usuários devem reinstalar o sistema do zero para atualizar para uma nova versão, o que pode ser um processo trabalhoso e confuso para iniciantes.
Pontos falhos
Apesar das melhorias, a versão 8 do elementary OS ainda deixa a desejar em alguns aspectos importantes. Um dos pontos mais criticados é a disposição dos botões de fechar, maximizar e minimizar. O design atual é um tanto confuso e não segue a convenção tradicional de sistemas como o GNOME ou o KDE.
Além disso, o último lançamento do sistema apresentou alguns bugs nos primeiros dias. Apesar de serem corrigidos rapidamente, esses problemas iniciais poderiam ser evitados se o sistema tivesse sido lançado após uma fase de testes mais criteriosa. Isso pode causar uma impressão negativa nos usuários que não estão familiarizados com o processo de correção contínua de bugs.
Uma crítica recorrente ao elementary OS, não apenas na versão 8, é o sistema parecer estar sempre em um limiar entre a usabilidade acessível e a rigidez das escolhas dos desenvolvedores. Em várias ocasiões, o design e as escolhas de funcionalidade parecem ser mais baseados em uma visão idealista de como os usuários devem interagir com o software, do que em como eles realmente fazem isso.
O exemplo clássico é o gerenciamento de janelas. O elementary OS não segue o comportamento tradicional de sistemas como o Ubuntu ou o Windows, em que clicar no botão de fechar realmente fecha a janela ou a minimiza para a system tray. Além isso, não há um botão dedicado para minimizar o aplicativo, enviando para a barra do sistema, enquanto ele claramente permanece funcionando em segundo plano.
No elementary OS, fechar uma janela a envia para a dock, o que é mais próximo do comportamento de continuidade do macOS, mas pode ser confuso para quem não está familiarizado.
Enquanto alguns aplicativos, como o navegador GNOME Web e o gerenciador de arquivos, oferecem um comportamento consistente com o fechamento de janelas proposto pelo elementary OS, outros, como a maioria daqueles que não foram criados ou ajustados especificamente para a distro, podem efetivamente ser fechados ao clicar no botão de fechar, em vez de serem minimizados para a dock.
Outro ponto curioso, é que o elementary OS não permite, por padrão, alocar arquivos na área de trabalho, mas ainda assim conta com a pasta Desktop, mesmo que ela não tenha nenhuma funcionalidade.
O que o elementary OS faz bem?
Embora o elementary OS 8 não seja perfeito, ele pode continuar sendo considerado uma distribuição Linux bem polida e voltada para iniciantes. Seu design minimalista e abordagem centrada no usuário são diferenciais em relação a outras distribuições mais técnicas, como o Arch Linux ou o Debian, que exigem um nível de familiaridade maior com a configuração do sistema.
Por outro lado, o Ubuntu, que serve como base para o elementary OS, apresenta algumas vantagens em termos de personalização e flexibilidade que o elementary OS ainda não oferece de forma tão simples.
Conclusão
O elementary OS 8 é um grande avanço em relação às versões anteriores, o sistema ainda enfrenta desafios em áreas fundamentais, como a gestão de atualizações e a consistência no comportamento dos aplicativos.
Este laçamento demonstra que a equipe de desenvolvimento pode ter retomado o caminho certo, mas, para que o elementary OS se torne uma opção viável para um público mais amplo, será necessário revisar algumas decisões de design para o sistema ser mais intuitivo, sem perder a simplicidade que o faz único. Com ajustes cuidadosos e mais foco em usabilidade, o elementary OS pode ser uma escolha sólida para quem busca uma experiência Linux simplificada e esteticamente agradável.
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