O novo Flathub está incrível e o KDE Plasma 6 promete!
O mundo do software livre continua cheio de novidades, hoje comentaremos sobre o KDE, especialmente o Plasma 6, e também o novo Flathub, que ganhou um redesign muito importante recentemente, com algumas mudanças que você talvez não tenha percebido, mas que são muito importantes para o ecossistema de distribuição de softwares no Linux.
O que podemos esperar do KDE Plasma 6?
Ainda em Março deste ano, o novo KDE Plasma 6 começou a ser desenvolvido, ele ainda deve demorar um pouco para sair, mas já existem alguns planos e ideias bem legais. No blog do Nate Graham, temos algumas informações sobre o Plasma 6, que é a futura versão do KDE Plasma.
Em termos gerais, o Plasma 6 não deve ser extremamente diferente do Plasma 5, não parece ser uma mudança tão grande quanto o que ocorreu na época do Plasma 3 para o 4, ou do 4 para o 5. Um dos principais motivos para se chamar de Plasma 6, é a utilização do Qt 6 como framework para as aplicações, eventualmente deve ocorrer um porte das aplicações, semelhante ao que ocorreu com o GNOME, o LibAdwaita e o GTK4, mas não exatamente com a mesma finalidade.
Uma das novidades que devem aparecer com o Plasma 6, é a possibilidade de mudar a intensidade da linha de contorno nas janelas do sistema, incluindo opções de escalas para isso. As notificações do sistema também devem ter agora uma organização cronológica quando você for olhar o histórico delas.
Em um post mais recente, podemos ver a opção de comportamento do painel que ganhou um redesign com ícones ilustrativos sobre o que cada opção faz, realmente bem melhor do que o visual atual que somente tem alguns checkboxes.
Algo que pode ajudar na usabilidade na busca do Discover, a loja de apps do KDE, deve colocar um peso maior no nome dos Apps na hora de mostrar os resultados, do que na descrição dos pacotes. Isso pode resolver um problema clássico do KDE, que se agrava para quem não sabe como contornar, que é digitar o nome de um aplicativo que existe no repositório e ele não estar entre os primeiros itens na lista, ou mesmo na primeira página de resultados. Com mais leigos usando o Discover agora, graças ao Steam Deck, essa é uma mudança importante.
Existem várias experimentações que os desenvolvedores estão fazendo sobre o comportamento dos elementos da interface, mas uma das boas novas por baixo do capô, é uma melhor compatibilidade com gráficos híbridos, tanto nos laptops que usam placas NVIDIA, quanto os que usam AMD.
Deveremos ter também um redesign nas caixas de diálogo de autenticação, deixando elas mais simples e minimalistas. Outra coisa que já chegou na versão atual do Plasma, mas que deve ser melhorada no Plasma 6, é a tela de boas-vindas, o KDE tem muitas funções poderosas, que são difíceis de descobrir se a pessoa não souber onde olhar, um app desses é essencial.
Também tem muito conteúdo pequeno, que podem até ser legais, mas é difícil listar tudo, por exemplo, agora para aumentar o volume do computador, o Plasma sempre vai respeitar o movimento do scroll do mouse para cima para aumentar, para baixo para diminuir.
Mudanças visuais no novo Flathub
O Flathub é um site que agrupa softwares no formato Flatpak, agora ele funciona como um hub central, onde você pode não só para encontrar a maior parte dos aplicativos populares disponíveis para Linux, como também é um lugar para descobrir novos programas, para empresas disponibilizarem seus softwares para Linux.
Como Flatpaks são formatos instaláveis em qualquer distro e também estão presentes como uma das principais formas de instalar apps no Steam Deck da Valve, o site ser agradável e com novos recursos, é mais importante do que nunca.
A gente ainda tem a sua página de setup, para que os usuários saibam como configurar o acesso aos apps Flatpak contidos no novo Flathub, caso o sistema já não tenha suporte por padrão, algo que vem acontecendo com mais frequência nos últimos tempos, como a gente viu na review do Fedora. Ela está quase inalterada, porque fica em outro site, no Flatpak.org, e não no Flathub.org, mas o restante mudou completamente.
Primeiro que temos algumas categorias bem interessantes, mostrando apps novos e os atualizados recentemente. Uma outra categoria nova é a de aplicativos verificados, algo importante no mundo open source, onde podem existir versões diferentes de um mesmo software, assim você sabe exatamente que aquele app é feito pelo desenvolvedor original
Além disso, você tem a sessão de apps populares, ela em si não é novidade, já existia na versão anterior do Flathub, mas a grande diferença vem agora, que a gente tem acesso a vários metadados relacionados ao uso dos programas. A gente pode clicar no Chrome, por exemplo, e vamos ter uma página que lembra muito da página do GNOME Software, esse não é verificado pelo próprio Google, já que não tem o selo.
Abaixo, temos o tamanho do aplicativo quando instalado, o tamanho do download, em que arquiteturas ele está disponível, a quantidade de instalações, e você não tem ideia do quanto isso é importante para o mercado, também temos informações sobre a licença, o site oficial e o repositório desse Flatpak no GitHub. Abaixo, temos outros aplicativos do mesmo desenvolvedor, um gráfico que mostra a constância das instalações, e mais abaixo, a opção de instalar via linha de comando, com as instruções.
Distros que tem integração com o site ou suporte os Flatpakrefs, vão conseguir instalar os apps simplesmente clicando no botão instalar e seguindo as instruções. Já o Mint e o Pop!_OS, por exemplo, entre outras que também incluem o Flathubpor padrão nos seus sistemas, permitem a instalação diretamente pela loja.
Para dar um outro exemplo, podemos ver o Snapshot, ele é um app de câmera, mas repara que bacana, ele mostra que o criador é o “Maximiliano Sandoval”, mostra que é um app do GNOME, verificado. Temos também o changelog, e outras informações interessantes que vão aparecer quando o software for de código aberto, como por exemplo, a opção de contribuir com traduções e onde reportar um bug.
Mais abaixo a gente consegue ver outros projetos do mesmo Dev, mas que não são atrelados aos GNOME necessariamente, e outros apps do projeto GNOME também. Repare que os apps agora tem tags para ajudar na indexação, que aparecem no final da página.
Ao clicar em outro app, como o GIMP, temos basicamente o mesmo tipo de informação, com a adição do botão doação ao lado do de instalar, é um lembrete simples que você pode colaborar com o projeto financeiramente, e no caso do GIMP, aparece um quadro com um link para a documentação do software.
São vários metadados importantes que podem ser usados integrados a outros softwares e lojas de aplicativos, uma forma de centralizar informações para que todas as distros tenham as mesmas imagens de alta qualidade e descrições precisas.
Além disso, ficou mais intuitivo a publicação de apps no novo Flathub, agora que você pode facilmente logar no site e clicar em publicar, para poder ver como é o processo de submissão de um app para entrar no novo Flathub. Parece que futuramente o Flathub poderá ter um mecanismo para venda de aplicativos, uma ótima forma de fomentar o mercado no entorno do Linux e criar uma forma de auto sustentação que não dependa somente de doações.
Na página de estatísticas, podemos ver que existem mais de 2 mil aplicativos de desktop para serem instalados por ali, com quase 1 bilhão de downloads, desde 2018. O mapa mostra algo bem curioso, tirando os EUA, o Brasil é o segundo país com mais downloads de softwares em Flatpak, com mais de 100 milhões de downloads, Brasil tem 107 milhões, EUA tem 193 milhões, em terceiro lugar temos a alemanha, com 93 milhões.
Esse é o tipo de dado que mostra que no Brasil, a comunidade Linux ainda é muito forte, vocês são extremamente relevantes dentro desse contexto, qualquer empresa que for olhar esse demográfico na hora de lançar um software via Flatpak, pode considerar os brasileiros como público alvo.
Temos também os gráficos mostrando a adesão do formato ao longo do tempo, claramente uma crescente, mas inegavelmente temos o efeito Steam Deck nos últimos tempos. Ainda temos os gráficos de categorias mais baixadas, utilitários e games se destacam.
O novo Flathub ficou agradável aos olhos, mas principalmente, ele tem mais informações úteis e relevantes, está mais fácil até para encontrar novos aplicativos. Falando em aplicativos, conheça a nossa playlist do Diolinux App Showcase, onde apresentamos diversos programas que podem agregar à sua biblioteca!