EditorialSistemas operacionais

Os 5 sistemas operacionais que devem surpreender em 2017

Olá meus amigos e amigas, como estão? Estou aqui em meio ao Carnaval brasileiro fazendo o que eu mais gosto de fazer neste época, ignorando o evento completamente! 😀 Brincadeiras à parte, eu tenho avaliado as evoluções de alguns sistemas operacionais que chamam a minha atenção há muito tempo e existem 5 que eu espero ver grandes novidades neste ano.

O ano de 2017 ainda está no início, por isso, vou apostar as minhas fichas apontando alguns sistemas que eu acredito que vão se destacar neste ano. São sistema com propostas inovadoras e que estão trazendo novidades interessantíssimas para seus usuários. No final do ano a gente vê se eu realmente acertei, né?

Eu sou o tipo de pessoa que vive testando sistemas operacionais e alguns destes da lista são os que eu mantenho sempre instalados, seja em um computador de teste, sejam e máquinas virtuais, tudo isso para acompanhar as suas evoluções e novidades. Separei aqui então uma lista com 5 sistemas operacionais que eu acredito que vão nos surpreender em 2017. 

“Parênteses no assunto: O mundo Linux sempre foi muito inovador, projetos como Gnome e KDE estão sempre melhorando e trazendo novidades para o ecossistema das comunidades; agora… não sei se é impressão minha, mas a quantidade de distribuições que realmente está fazendo algo a mais do que simplesmente empacotar softwares e configurar suas interfaces personalizadas baseado no que já existe aumentou muito.

Como eu gosto de projetos que procuram resolver problemas e criar novas soluções e não somente os que esperam para ver o que fica melhor e depois usam. é que eu tenho me voltando para estes da lista, pelo menos neste início de ano. Não quero desmerecer qualquer outro tipo de trabalho, para sistema tem seu contexto, só estou falando a minha preferência.

1 – elementary OS

elementary OS

Deixe-me explicar porque eu acredito que o elementary OS pode nos surpreender neste ano. Quem já acompanhou as reviews do canal do blog Diolinux sobre a distribuição conhece bem a minha opinião sobre ele, como todo sistema, ele tem pontos fortes e fracos, mas vamos nos ater ao diferencial.

A grande aposta: Desde sempre os desenvolvedores do elementary OS prezaram pelo design, não somente da interface, mas conforme o tempo passou e o desenvolvimento se ampliou, para as aplicações nativas também, entretanto, para que as aplicações sigam certas guidelines de design, assim como ocorre no macOS da Apple, é necessário que os programas já sejam desenvolvidos pensando na distro e isso não pode ser trabalho apenas da equipe do elementary.

Já existem vários aplicativos assim, você encontra aqui uma grande lista, mas mesmo assim a grande massa de aplicações ainda fica “meio alien” do elementary, se compararmos com o restante das aplicações nativas.

Para solucionar esta situação, os desenvolvedores lançaram há pouco tempo uma campanha no IndieGoGo com o intuito de viabilizar o ambiente para a construção de aplicativos com este propósito. A ideia consiste em criar uma Central de Aplicativos (AppCenter) que contenha programas desenvolvidos especialmente para o elementary OS e com um sistema de pagamento igual ao que o elementary OS já tem para o próprio sistema operacional, ou seja, o sistema “pay what you want”, ou, “pague o quanto quiser”, poderá funcionar para as aplicações também, assim ajudando os desenvolvedores a se manterem.

Para ajudar a quem cria os softwares, a equipe do elementary OS vem desenvolvendo o AppCenter Dashboard, uma página que se assemelha ao launchpad, voltada para os desenvolvedores, onde eles poderão linkar suas contas no GitHub para subir as aplicações para o repositório do elementary OS, vendendo ou não seus aplicativos por lá.

O grande desafio: Na minha opinião, a grande dificuldade do elementary OS neste ano é provar para todos que é um sistema que vai muito além de um design bem feito, ou um “rostinho bonito”, como muitos dizem, e que pode ser uma real plataforma para produtividade  e entretenimento, além de ser um local onde os desenvolvedores vão gostar de estar trabalhando em conjunto e publicando seus softwares.

Existem várias pequenas coisas que fizeram o último lançamento do elementary OS ficar, infelizmente, mais complicado para quem estava acostumado a usar a versão anterior. Não temos mais uma central de aplicativos capaz de pesquisar por pacotes que não sejam gráficos, assim como a Gnome Software no Ubuntu, tivemos a ausência da possibilidade de instalar aplicações .deb nativamente e da adição de PPAs, além de outra grande desvantagem, que foi a perda a aplicação para gerenciamento de drivers, algo que é essencial sob a minha óptica.

Claro, todos estes contras poderão ser superados caso o projeto do AppCenter do elementary, mas até lá, o sistema acabou se tornando algo bom para entusiastas ou para pessoas extremamente leigas e que vão receber um sistema configurado e pronto, nada mais. O sistema precisa recuperar funcionalidades de praticidade que ele tinha outrora.

Vamos ver como o elementary OS se desenvolve neste ano.

2 – Remix OS

Remix OS

Para quem ainda não conhece muito bem, o Remix OS é uma distribuição Linux de origem chinesa baseado no Android x86, um projeto que está a cada dia mais lapidado e que busca a experiência de usuário de desktop em um sistema Android.

A grande vantagem do Remix OS é a vasta coleção de aplicativos, já que você pode basicamente explorar toda a Google Play, ou seja, a falta de Apps não é um desafio, a grande questão é que nem todos os Apps são capazes de interagir de forma eficiente com teclado e mouse, para contornar isso, os desenvolvedores do Remix OS criaram várias ferramentas que vão ajustar os Apps para te trazer mais conforto, como simuladores de sensores de gravidade. Confira o nosso vídeo sobre o Remix OS.

A grande aposta: O Remix OS anunciou recentemente uma função extremamente interessante para quem tem aparelhos (smartphones) compatíveis com ele. O Remix Singularity é um recurso semelhante ao Microsoft Continuum e ao modo convergente do Ubuntu, permitindo que desta forma um Smartphone com o Remix OS seja conectado através de um HDMI à um monitor e traga a interface do Remix OS para desktops para o usuário, trazendo uma experiência praticamente definitiva para quem quer um Android para PC e ainda guardar depois o computador no bolso, tendo uma experiência igual a qualquer outro Android sob esta condição.

Remix OS

O grande desafio: O grande desafio do Remix OS é, na minha opinião, facilitar a instalação do sistema de forma definitiva nos HD/SSDs dos computadores, apesar de ser possível fazer atualmente, a instalação está muito aquém do que qualquer outra distribuição Linux famosa, ainda que o Remix OS possa rodar bem à partir de um pen drive, muitas pessoas gostariam de usá-lo desta forma e ainda não podem, ao menos não de uma forma fácil.

Outra grande dificuldade que devemos observar é a falta de drivers proprietários, pois diferente das distros Linux “tradicionais”, o Android sempre foi construído para um hardware específico pelas fabricantes, dispensando que o próprio usuário maneje os seus drivers, algo totalmente diferente do público alvo do Remix OS, que são justamente os computadores. Atualmente o Remix OS consegue trabalhar apenas com drivers de código aberto, talvez a adoção da API Vulkan ajude neste aspecto, mas é um ponto a se melhorar com toda a certeza, além disso, a opção de trabalhar com multimonitores e controlar a resolução da tela também deixa a desejar atualmente.

E por último, mas igualmente relevante, temos a questão dos aplicativos que não são projetados para serem usados com um mouse, ou sem sensores. Essa é uma luta muito mais complicada de vencer pois teremos que ter, por parte dos desenvolvedores, a intenção de desenvolver Apps que se adaptem para o desktop também, além do mobile.

3 – Ubuntu

Ubuntu Zesty Unity 8

É difícil fazer uma lista qualquer sobre Linux e não encaixar o Ubuntu em algum segmento, dada a vastidão de atividades que envolvem esta que se tornou a distro sinônimo de Linux para muitas pessoas, especialmente as de fora do “mundo Linux” (curioso, não é?). Mas fato é que o Ubuntu 17.04 vem aí no próximo mês de Abril e vai trazer algumas coisas bem interessantes, contudo, não podemos esquecer que em Outubro teremos outro lançamento, este deve incrementar ainda mais o aguardado Unity 8.

A grande aposta: Temos dois aspectos interessantes para prestarmos atenção para o Ubuntu, talvez até 3. O primeiro deles é a evolução do Unity 8, que ainda não agrada a muita gente, incluindo a mim, mas não deixa de ser algo realmente novo neste mundo Linux, onde teremos a convergência entre dispositivos e interfaces. O segundo ponto são os pacotes Snap que estão atingindo uma boa maturidade e se integrando a outras funcionalidades do sistema, como a Central de Apps que agora poderá instalar Snaps através de links da internet, facilitando a instalação e distribuição deles, além de já possuir várias aplicações empacotadas desta forma, o número continua crescendo, parece realmente que o formato agradou os desenvolvedores.

Por último, outra grande novidade para ficar de olho é o Mir, o servidor gráfico. Ele virá juntamente com o Unity 8, que mais uma vez será a interface gráfica alternativa no Ubuntu 17.04, permitindo que os usuários testem a nova interface sem maiores problemas. Todas as implementações do Wayland que eu vi até o momento não foram de extremo sucesso, mas mesmo assim, já vi mais coisas sobre ele do que sobre o Mir, por isso estou ansioso para ver o novo servidor gráfico do Ubuntu destilar seu desempenho e surpreender a todos, ou… ser uma falha total, vamos ver o que acontece.

O grande desafio: Eu sou um usuário de Ubuntu de longa data e já vi o sistema passar por altos e baixos e no fim acabar encontrando o seu caminho. Hoje o Ubuntu tem renome, tem um dos melhores suportes em relação a conteúdo da internet no que tange as distros Linux, tem versões com todas as interfaces praticamente e versões para várias plataformas diferentes, mas uma coisa que o sistema perdeu ao longo do tempo foi a sua característica de ser a distribuição Linux mais fácil para iniciantes, um título que o Ubuntu ostentou por alguns anos.

Inclusões e exclusões de software e o foco no desenvolvimento do Unity 8 e todo seu ecossistema acabaram tirando a atenção dos desenvolvedores do Ubuntu, fazendo com que distros como o Linux Mint acabassem tomando o lugar do sistema como distro “mais fácil” para iniciantes no Linux. Claro, não que o Ubuntu seja difícil, muito longe disso, mas se comparado com o Mint, claramente podemos ver que o sistema “verdinho” tem características que facilitam a vida de que está experimentando um “sistema do pinguim” pela primeira vez.

Outra coisa precisa de uma repaginada é o tema do sistema, entretanto, com a chegada do Unity 8 o design será alterado e muitas coisas tendem a mudar, então, talvez esse passo já esteja sendo dado.

Recentemente eu fiz um artigo falando especificamente sobre o futuro do Ubuntu, acho que vale a pena dar uma lida.

4 – Linux Mint

Linux Mint

Parece que o Linux Mint passou da sua maior fase de inovação e no momento a distribuição está em processo de lapidação, seguindo a ideia de manter um desktop tradicional e acrescentar funções  que facilitem a vida do usuário final, o sistema acabou se tornando uma das grandes opções para quem vem no Windows especialmente.

O Linux Mint tem tudo praticamente hoje em dia, a ponto de me arriscar a dizer que o maior defeito do sistema é “não ser o Ubuntu”. Isso significa que o Linux Mint possui excelência em vários quesitos, porém, o fato de não ser tão popular quanto o irmão mais velho, não possuir uma empresa por trás para criar parcerias comerciais e trazer o sistema embarcado em computadores vendidos nas lojas e especialmente, não ter a mesma marca forte, acaba por “estancar” o Linux Mint em uma certa posição meio complicada de sair.

A grande aposta: Apesar de não ter uma empresa de mesmo porte apoiando-o, como a Canonical com Ubuntu, o Mint tem sim um trabalho seríssimo sendo realizado e a busca por mais dispositivos que já tragam o sistema pré-instalado é algo a ser considerado, mas diferente dos outros sistemas que eu comentei aqui, não vi no Linux Mint (até o momento) nenhuma grande novidade à caminho, porém, a grande aposta aqui é justamente a sedimentação do Linux Mint como uma grandes distros Linux neste ano, para isso eu acredito que algumas providências deveriam ser tomadas, são elas:

O grande desafio: A principal providência, na minha opinião, é não confundir tradicionalismo com falta de inovação. O Linux Mint tem o desafio de manter a sua visão tradicionalista de desktop mas ao mesmo tempo criar e melhorar o seu design ainda mais, indo muito mais além do que a adaptação de um tema de desktop e um tema de ícones, como aconteceu, que apesar de serem bonitos, ainda parece pouco para uma distro com tanto potencial, talvez devem se inspirar no quinto colocado da minha lista.

Outra grande mudança deveria ser feita na Central de Aplicativos, ela está muito defasada visualmente, ainda que plenamente funcional. Obviamente, se você tiver que optar por visual ou funcionalidade, você sempre irá optar pela funcionalidade, mas será que é tão difícil termos os dois?

O grande desafio do Mint (poderiam tirar “Linux” do nome da distro também, iria ficar mais comercial) é tornar-se relevante para os desenvolvedores de software, pois o que temos na maioria dos casos são aplicações desenvolvidas para o Ubuntu que consequentemente funcionam no Linux Mint e não aplicações desenvolvidas pensando nele.

Pode parecer algo tolo, mas para um usuário comum chegar na Steam ou no site do Google Chrome para fazer download das aplicações e encontrar indicações de que o sistema compatível é o Ubuntu e não o Linux Mint é um fator importante, inclusive, este é um bom termômetro de relevância para a distro, quando seu nome for citado nos sites de download de software saberemos que o Mint ganhou a relevância que merece. No site do Mega por exemplo, nós temos uma referência a ele.

5 – Deepin

Deepin

O Deepin, eu digo sem medo de errar, é a distribuição Linux, junto com o elementary OS que também fez parte da nossa lista, que tem o melhor acabamento visual do mundo Linux, não tem igual!

A distribuição que tem origem chinesa, assim como o Remix OS que comentei anteriormente, é baseada no Debian e possui uma comunidade crescente de desenvolvedores e usuários, mantida por uma empresa chamada Wuhan Deepin Technology. O Deepin tem apenas duas preocupações, beleza no sistema e facilidade de uso e configuração, tudo é muito intuitivo e fácil de configurar e usar, além do mais, o sistema não tem vergonha de dar para os usuários as aplicações que as pessoas mais gostam, por conta disso a distro já vem com o Google Chome, com Spotify, Skype, WPS Office, etc.

Confira aqui o vídeo da versão 15.3 que nós tivemos review no canal.

A grande aposta: Para 2017 eu exergo no Deepin o início de uma grande revolução, considero seriamente me tornar usuário do Deepin caso algumas coisas que eu vou comentar à seguir sejam ajustadas. O Deepin aposta em uma interface minimalista que pode mudar de formato e agradar usuários de Windows 10 e de macOS com um acabamento primoroso, animações, ícones, interface e programas próprios e uma Central de Aplicativos muitíssimo completa, acredito até que seja o melhor repositório nativo de todas as distribuições também, ele é uma opção que certamente agrada a maior parte dos usuários.

Uma das melhorias recentes que eu pude perceber na versão Beta atual do Deepin é a melhoria no processo de instalação, ele está ainda mais intuitivo e bonito, novamente, me arrisco a dizer que é o instalador de sistema mais belo do mundo Linux atual.

O grande desafio: Apesar de ter vários pontos positivos, o Deepin ainda tem alguns que depõem contra ele e que precisam ser melhorados. Por conta de não ser tão popular, ainda não existem tantos mirrors dos pacotes do sistema ao redor do mundo, isso faz com que, especialmente aqui no Brasil, nós eventualmente tenhamos uma lentidão para fazer downloads de atualizações e coisas do tipo.

A Central de aplicativos que além de rica em Apps é muito bela, ainda assim possui algumas falhas, certos pacotes não podem ser encontrados, como aplicações provindas do projeto KDE, como o Kdenlive. Como o Deepin tem a base no Debian, adicionar um PPA específico, que poderia contornar o problema, é algo não tão simples, contudo, apesar do Kdenlive não aparecer na Central de Apps, é possível instalá-lo via linha de comando, ou seja, ele está no repositório mas não aparece na loja, um bug curioso que já perdura algumas versões.

Outro problema, talvez por conta da base Debian mais conservadora também, é a dificuldade de instalar as últimas versões de drivers de vídeo no sistema. O Deepin possui um gerenciador gráfico de drivers, o que é ótimo, mas ainda assim as versões dos drivers não são as mais recentes, algo extremamente importante para quem usa o computador para jogar também, aliás, ele já vem com o Steam instalado também. Outra coisa interessante que se poderia ter é uma versão em live DVD para podermos testar antes de instalar, visto que a ISO só tem o modo de instalação.

Estas são as minhas grandes expectativas para este ano…

… e todas elas tem chances de surpreender, não apostaria em uma distro em específico por existem várias boas iniciativas, vou ficar vendo tudo de camarote, e você?

Gostaria de fazer uma menção honrosa aqui também para o Antergos, uma distro derivada do Arch Linux, há alguns anos atrás eu tomei conhecimento de que os desenvolvedores do Antergos estariam desenvolvendo uma Central de Aplicativos para o sistema que seria capaz de gerenciar aplicativos de forma gráfica e intuitiva usando inclusive o repositório AUR, algo ainda faltante no mundo Arch. Não recebi mais informações sobre o projeto, espero que ele não tenha morrido, mas seria uma ótima surpresa para este ano.

E você, concorda com a lista? O que mais você acrescentaria como sistema com potencial inovador para 2017?

Use os comentários abaixo para participar e ate a próxima!

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