Estamos testemunhando uma quebra de paradigma no modelo de financiamento de software livre. O Hyprland, o queridinho dos entusiastas de tiling window managers, anunciou planos para lançar um tier premium com custo mensal. Preparem as carteiras – ou não, porque a versão gratuita continuará existindo.
Por € 5 mensais (mais impostos, é claro), os assinantes terão acesso a:
- Fóruns exclusivos: Onde poderão conversar diretamente com os desenvolvedores;
- Desktop Experience Premium: Configurações pré-otimizadas (os famosos “dotfiles”) para quem quer um ambiente pronto para produção;
- Suporte prioritário para bugs.
Vaxry, o desenvolvedor principal, foi transparente sobre os motivos: “Eu também preciso comer. Quando eu terminar a universidade, se não puder fazer disso meu trabalho em tempo integral, terei que reduzir drasticamente minhas contribuições”. Uma declaração que resume bem os dilemas do desenvolvimento de software open source.
De toda forma, o Hyprland que conhecemos continuará sendo open source e gratuito. O modelo premium não restringe funcionalidades básicas – é mais um “obrigado” em forma de acesso a comodidades extras. Para quem prefere contribuir sem compromisso mensal, as doações tradicionais (únicas ou recorrentes) continuam disponíveis via Ko-fi.
Vale a pena assinar?
A resposta depende de quem pergunta. Para o usuário casual que só quer um window manager bonito e funcional, provavelmente não. Mas para profissionais que dependem do Hyprland no dia a dia ou empresas que querem suporte garantido, € 5 pode ser um preço justo pela tranquilidade.
É inegável que o modelo tem méritos – oferece sustentabilidade ao projeto sem fechar o código. O movimento do Hyprland reflete uma tendência maior no ecossistema de software livre. Projetos como Archcraft já oferecem versões premium, e até o Blender tem seu programa de desenvolvimento sustentado por doações corporativas.
Na verdade, até o Arch Linux debate um método sustentável de financiamento.
