No mundo da tecnologia, 30 anos é uma eternidade. E, no caso do Delphi, essa eternidade foi marcada por altos e baixos, mas também por uma legião de fãs fiéis. Lançado em 14 de fevereiro de 1995, o Delphi foi uma revolução no desenvolvimento de aplicações para Windows, combinando a linguagem Object Pascal com um design gráfico e acesso a bancos de dados. Agora, três décadas depois, o Delphi ainda está por aí, mas o mundo open source já tem um substituto à altura: o Lazarus.
O que fazia o Delphi especial?
O Delphi foi criado pela Borland como uma ferramenta de desenvolvimento rápido de aplicações (RAD, na sigla em inglês). Ele permitia que desenvolvedores criassem interfaces gráficas de forma visual, enquanto escreviam o código em Object Pascal, uma versão orientada a objetos da linguagem Pascal.
Na época, o Delphi era uma mão na roda para quem precisava criar aplicações para Windows, especialmente aquelas que envolviam bancos de dados. Ele era rápido, eficiente e, acima de tudo, fácil de usar. Não à toa, conquistou uma base de usuários fiéis que, até hoje, defendem o Delphi com unhas e dentes.
Um substituto open source
Enquanto o Delphi continuava sua jornada (agora sob os cuidados da Embarcadero), a comunidade open source decidiu criar uma alternativa: o Lazarus. Baseado no compilador FreePascal, o Lazarus é uma IDE (Ambiente de Desenvolvimento Integrado) que replica grande parte da funcionalidade do Delphi, mas de forma gratuita e aberta.
O Lazarus não é apenas um clone do Delphi; ele é uma evolução. Ele roda nativamente em várias plataformas, incluindo Windows, Linux, macOS e FreeBSD, e suporta diferentes toolkits gráficos, como GTK e Qt. Além disso, ele é capaz de compilar código para uma variedade de plataformas, o que o torna uma ferramenta extremamente versátil.
Uma das grandes vantagens do Lazarus é sua compatibilidade com o código do Delphi. Segundo o site oficial do projeto, se o seu código for escrito em Pascal padrão e usar componentes comuns do Delphi, há uma boa chance de que ele funcione no Lazarus sem grandes modificações.
Claro, não é uma compatibilidade perfeita. Se o seu projeto depende de bibliotecas proprietárias ou componentes específicos do Delphi, você pode encontrar alguns obstáculos. Mas, para muitos casos, o Lazarus é uma alternativa viável e poderosa.
Se você está se perguntando por que alguém escolheria o Lazarus em vez do Delphi, aqui estão alguns motivos convincentes:
- Gratuito e Open Source: O Lazarus é completamente gratuito, sem limitações de licenciamento ou custos ocultos. Já o Delphi, embora tenha uma edição comunitária gratuita, impõe restrições para quem quer vender aplicações comerciais;
- Multiplataforma: Enquanto o Delphi foca principalmente no Windows, o Lazarus roda em várias plataformas, podendo compilar código para ainda mais;
- Comunidade Ativa: O Lazarus tem uma comunidade dedicada que continua a melhorar e expandir a IDE, garantindo que ela se mantenha relevante.
Para quem nunca usou o Lazarus, a experiência pode ser surpreendentemente simples. Em menos de um minuto, é possível criar, compilar e executar um programa básico, como o clássico “Hello World”. Para quem já trabalhou com o Delphi 1.0 (que gerava mais erros do que linhas de código em alguns casos), isso é um avanço e tanto.
É claro que o Delphi ainda tem seu lugar no mundo do desenvolvimento, especialmente em empresas que já possuem uma base de código legada. No entanto, o Lazarus está ganhando terreno como uma alternativa viável e acessível, especialmente para desenvolvedores independentes e projetos open source.
Enquanto o Delphi completa 30 anos, o Lazarus prova que a ideia por trás dessa ferramenta ainda é importante. E, com a flexibilidade e o custo zero do Lazarus, é fácil entender por que tantos desenvolvedores estão migrando para essa plataforma.
Você já experimentou migrar do Delphi para o Lazarus? Comente sua experiência e interaja com a comunidade do fórum Diolinux Plus!
