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Quais são as distros Linux que podem morrer

Vamos falar sobre um assunto um pouco desconfortável hoje mas que é importante para que possamos saber fazer nossas escolhas, apoiar e investir em projetos.

Muitas distribuições e nenhuma

Tenho tentando trazer aqui para o blog algumas reflexões sobre temas que envolvem o mundo Linux que quase ninguém comenta, e talvez por conta disso, ninguém reflita. Nesta semana tivemos uma notícia que deixou muitos um pouco chateados, trata-se da possível descontinuação do Kubuntu.

Veja o vídeo abaixo para entender melhor:

Assista no YouTube

Por que você deve preocupar-se com isso?

Você pode até não usar o Kubuntu, como eu, mas ao menos para mim um acontecimento deste tipo me faz refletir sobre a questão de durabilidade do sistema, fator este que é extremamente importante para o mercado especialmente.

Será que a sua distro pode acabar como o Kubuntu? Vale a pena pensar sobre o assunto.

O que mantém um sistema vivo?

Na maior parte dos casos a resposta é dinheiro. Mas não necessariamente no Linux, o mundo das distribuições Linux é composto por muitos sistema que são desenvolvidos apenas pela paixão de seus usuários em terem uma distro exatamente como eles queriam.

O que mantém um sistema vivo

Muitos dos projetos são amadores, são simples remasterizações, olhe para grandes projetos e você verá uma ampla estrutura de servidores, desenvolvedores, parcerias, fabricantes e patrocinadores.

Não quer dizer que projetos como o elementary OS, que basicamente é desenvolvido por “3 pessoas” e a sua comunidade seja ruim, ou a nossa distro brasileira Metamorphose Linux, sejam efetivamente sistemas ruins.

Mas do meu ponto do vista, por mais que existam colaboradores, boa parte da distros Linux são projetos “frágeis”, que podem desabar por falta de doações, ou por falta de tempo dos desenvolvedores que na maioria das vezes tem outras ocupações, ou por falta de pessoas literalmente, para dar continuidade ao sistema.

O exemplo do Slackware

O Slackware é uma das distribuições Linux mais antigas que existem, seu criador Patrick Volkerding, é ainda o principal mantenedor da distribuição, por problemas de saúde ele acabou afastando-se do projeto e o resultado disso é o definhamento do sistema.

Criador isso
Patrick Volkerding: Criador do Slackware

Muitas pessoas acabaram abandonando a distro depois de saber que seu criador passava por problemas de saúde, o sistema continua na ativa, mas longe de seus dias de glória.

Projetos mantidos por iniciativa comunitária e que sobrevivem na base de doações e mantidos por poucas pessoas, do meu ponto de vista, correm o risco de terminar.

Cases de sucesso

Observe distros que hoje em dia conseguem manter-se por si só tem uma conotação direta ou indireta com empresas. Distros como Ubuntu, SUSE e Red Hat conseguem manter-se vivas simplesmente porque se tornaram peças úteis e essenciais para usuários e empresas, especialmente empresas.

Já distribuições como o Debian, apesar de não terem uma grande empresa por trás à representando, são utilizadas largamente na indústria em todos os setores, no caso do Debian em específico, até na NASA.

O caso Arch Linux

O caso do Arch Linux é parecido com o Slackware, amado por seus usuários o Arch Linux não é uma distro popular em servidores, não é popular em escolas e faculdades, não é usada como referencia para sistemas embbebed, e até mesmo nos desktops a popularidade do Arch não é tão grande.

Arch Linux

Uma distro que tem utilidade apenas para usuários “comuns” e depende de doações e da boa vontade de seus criadores e comunidade, pode acabar se seus apaixonados usuários não continuarem a lhe dar a atenção por qualquer motivo que seja.

E isso serve para todas as distros que se encaixarem neste perfil.

O que você pode fazer para ajudar o sistema continuar

Sistemas Linux podem começar do nada, como praticamente todos foram até hoje, e ter uma ótima acensão, então se você gosta de um sistema que não é apoiado por uma empresa, faça o possível para ajudar a mantê-lo, divulgado o sistema, doando e incentivando o uso, quanto mais pessoas existirem no seu sistema mais chances ele tem de perdurar.

O risco que se corre

Não sei se você lembra do Pear OS, uma distro que tinha como conceito trazer uma experiência de uso o mais parecida possível com o Mac OSX da Apple. Ela ganhou muitos fãs, vários usuários e de um dia pro outro simplesmente sumiu, deixando os usuários na mão. 

Pear OS

Aos desenvolvedores 

Verdade seja dita, muitas distros são criadas apenas para satisfazer o ego de seus desenvolvedores ou por conta de “ideias desencontradas”, um bom exemplo disso é a distribuição Linux Funtoo, seu criador é o mesmo da distro Gentoo, depois de alguns problemas de relacionamento com os outros membros que desenvolviam o projeto por não aceitarem as suas sugestões de mudanças ele criou um projeto paralelo apenas com a intenção de por em prática o que ele tinha pensando.

Essa liberdade que o Linux dá pode ser boa e ruim ao mesmo tempo, da mesma forma que ela permite o desenvolvimento de ideias, ela vive dividindo projetos.

Se você é desenvolvedor, ou conhece os desenvolvedores de uma distro tente deixá-los cientes da importância de perpetuar o seu projeto, de haver um “segundo” no comand,o caso o pior aconteça com o líder.

Leia também:

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O Kubuntu, mesmo com patrocínio, apenas com um desentendimento entre as pessoas que desenvolviam o projeto pode acabar por ter seu fim depois do lançamento de Outubro, será que a sua distro vai sobreviver ao longo do tempo?

Complemento: No fim das contas, o projeto Kubuntu acabou continuando, mas que essa ameaça sirva de alerta para sempre apoiarmos os sistemas e projetos que gostamos da melhor forma possível.

Qual a sua opinião sobre o assunto?

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