O ecossistema Linux está fervilhando com novidades que vão desde um improvável editor da Microsoft até encontros históricos entre gigantes da tecnologia. Enquanto algumas distribuições se preparam para dizer adeus definitivo ao Xorg, outras trazem inovações que prometem revolucionar a experiência do usuário. No Diolinux News de hoje, vamos mergulhar nesse turbilhão de atualizações que está deixando a comunidade em polvorosa.
Microsoft Edit: o editor de terminal chegou ao Linux
Num movimento que deixou até os mais céticos impressionados, a Microsoft lançou um editor de terminal multiplataforma que já está disponível para Linux. O Microsoft Edit, criado para ser o substituto moderno do antiquado edit.com do Windows, chegou aos repositórios do Arch Linux e Alpine Linux antes mesmo que muitos usuários percebessem que precisavam dele.
A grande jogada do Edit está em sua simplicidade: compatibilidade nativa com mouse, interface intuitiva e zero necessidade de decorar sequências obscuras de teclas como no Vim. Para quem sempre achou que editar arquivos no terminal deveria ser tão simples quanto no Bloco de Notas, essa pode ser a resposta divina.
Mas será que o Nano e o Vim precisam começar a se preocupar? A resposta provavelmente é não – pelo menos não ainda. Enquanto o Edit oferece uma curva de aprendizado mais suave, ele ainda não consegue competir com a flexibilidade e poder dos editores tradicionais do Linux. Para os curiosos, o pacote também está disponível de maneira não oficial via Snap.
Uma lixeira nova para o Ubuntu 25.10
Enquanto algumas distribuições se preocupam em revolucionar o gerenciamento de pacotes ou a segurança do sistema, o Ubuntu 25.10 está prestes a trazer a mudança que realmente importa: um novo ícone de lixeira. Após debates no GitHub, o tema Yaru finalmente terá um ícone que parece, pasmem, com uma lixeira de verdade.
O antigo ícone, que mais lembrava uma caixa de correio vintage, será substituído por uma representação mais fiel, embora ainda não finalizada, de um recipiente de descartes. A inovação não para por aí – quando cheio, o ícone agora exibe papéis amassados, porque nada diz “por favor esvazie a lixeira” como uma representação gráfica de sua desorganização digital.
Pode parecer bobagem para os desavisados, mas como bem sabemos, a diferença entre um ícone intuitivo e um que gera confusão pode ser medida pelos tópicos nos fóruns de suporte.
O encontro do século: Gates e Torvalds
Em um evento que pode ser considerado o equivalente tecnológico do encontro entre Elvis e os Beatles, Bill Gates e Linus Torvalds finalmente se conheceram pessoalmente. O jantar, organizado pelo executivo da Microsoft Mark Russinovich, reuniu também Dave Cutler, o pai do Windows NT, em um encontro que provavelmente gerou mais tensão do que uma reunião de hackers discutindo systemd.
A foto publicada no LinkedIn veio com a legenda “nenhuma decisão grande de kernel foi realizada nesse jantar, mas quem sabe no próximo”, deixando a comunidade especulando sobre possíveis colaborações futuras. Considerando que Torvalds já chamou o Windows de “lixo” e a Microsoft sugeriu certa vez que Linux seria “comunismo” ou “câncer”, esse encontro cordial pode ser considerado um pequeno milagre tecnológico.
KDE Plasma 6.4
A versão 6.4 do KDE Plasma chegou com o slogan “Welcome /home” e uma série de refinamentos que deixam o ambiente mais coeso e funcional. Para os fãs de tiling window management, a grande novidade é a possibilidade de definir layouts diferentes para cada desktop virtual.
O Spectacle, a ferramenta de captura de tela do KDE, passou por uma reformulação completa. Agora com interface overlay estilo GNOME, mas mantendo todas as funcionalidades avançadas que fazem os usuários do KDE suspirarem de prazer. Anotações, setas, formas geométricas e ajustes pixel-perfect estão todos lá.
O KRunner, o lançador de aplicativos do Plasma, ganhou um truque novo na manga: reconhecimento de códigos de cor. Digite um hexadecimal e veja a cor aparecer instantaneamente.
E para ajudar naquela clássica dúvida “o que foi que eu instalei mesmo?”, agora os aplicativos novos ganham uma tag especial no menu que desaparece após três dias ou no primeiro uso.
Kubuntu 25.10: o Xorg está com os dias contados
Seguindo os passos do Ubuntu padrão, o Kubuntu 25.10 chegará com Wayland como padrão único – sem Xorg incluso na instalação básica. Para os saudosistas, ainda será possível instalar o velho servidor gráfico manualmente.
Essa mudança sinaliza o que já sabemos há tempos: o futuro é Wayland, querendo ou não. Até mesmo distribuições como o Linux Mint, que tradicionalmente foram cautelosas com a adoção do novo protocolo, estão se preparando para a transição inevitável.
Drops
Mozilla aposenta mais um serviço
A Mozilla continua sua tradição de descontinuar serviços menos populares – desta vez foi a extensão de detecção de conteúdo gerado por IA, que tinha apenas 3.300 usuários ativos. Parece que até a Mozilla tem dificuldade em detectar quando um produto próprio vai mal.
Em compensação, a fundação está testando o Perplexity AI como mecanismo de busca padrão em alguns países. Será que finalmente teremos uma alternativa ao Google que não seja… bem, outro Google?
iSwitch
Num feito tão inútil quanto impressionante, um usuário conseguiu rodar iOS em um Nintendo Switch usando Linux e QEMU. O resultado? Um “iPhone” que demora 20 minutos para inicializar e crasha constantemente – basicamente um iPhone normal quando chega à sua última atualização antes de encerrar o suporte, mas com botões físicos.
Ainda mais fácil para jogar
E para fechar com chave de ouro, o Steam finalmente vai ativar o Proton por padrão para todos os jogos no Linux. Com a novidade presente no Steam em beta, podemos dizer que a era “baixar e jogar” está chegando de verdade para os gamers pinguins.
Jogo em promoção na semana
Para celebrar a nova era do gaming no Linux, que tal “A Way Out” com 80% de desconto? Por R$17,80, você e um amigo podem viver a emocionante experiência de fugir da prisão. Com classificação Ouro no ProtonDB, é diversão garantida.
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