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O Linux está pronto para as massas?

Nos últimos anos, o Linux ganhou mais atenção do que nunca. Com a migração de alguns criadores de conteúdo, a popularização de distribuições amigáveis e até mesmo o pré-instalado em notebooks, surge a pergunta: será que o desktop Linux está realmente pronto para o usuário comum?

O Linux pode substituir o Windows ou macOS?

A resposta curta é: depende. Para quem usa apenas navegador, e-mail e aplicativos básicos, o Linux já é uma opção viável há anos. Distribuições como Ubuntu, Linux Mint e Fedora oferecem interfaces intuitivas, lojas de aplicativos simplificadas e até suporte a jogos via Steam e Proton.

No entanto, há nichos onde o Linux ainda não chega. Designers gráficos, por exemplo, podem sofrer com a falta de alternativas robustas ao Adobe Photoshop ou Illustrator. O GIMP e o Inkscape são ótimas ferramentas, mas exigem aprendizado — e muitos profissionais simplesmente não querem (ou não podem) investir tempo nisso.

Um dos maiores obstáculos para a adoção em massa do Linux não está no sistema em si, mas na falta de suporte de grandes empresas de software. Enquanto a Adobe, a Microsoft (com o Office) e outras gigantes ignorarem o Linux, sempre haverá um grupo de usuários que não conseguirá migrar.

Curiosamente, esse é um círculo vicioso: as empresas não desenvolvem para Linux porque não há usuários suficientes, e os usuários não migram porque falta software essencial. Mas com o crescimento da plataforma, essa realidade pode mudar — afinal, onde há demanda, há oportunidade de negócio.

Recentemente, um notebook da Asus com Keep OS (uma distribuição baseada no Debian 11) chegou às mãos do Eddie. O sistema, apesar de funcional, trazia versões antigas de programas, impossibilitando a instalação, por exemplo, do Steam.

Esse caso ilustra um problema comum: muitas distribuições pré-instaladas em hardware novo são desatualizadas ou mal configuradas. Se fabricantes como a Asus optassem por parcerias com a Canonical (Ubuntu), Zorin OS, o Linux Mint ou até distros brasileiras como o Big Linux, a experiência seria muito mais polida.

Comunidade: acesso ou elitismo?

Outro ponto crucial é a recepção aos novos usuários. Enquanto algumas comunidades são acolhedoras e dispostas a ajudar, outras ainda carregam um certo elitismo técnico. Frases como “leia a documentação” ou “se não sabe usar, volte para o Windows” afastam quem está dando os primeiros passos.

Se o Linux quer conquistar mais espaço, é essencial que sua comunidade seja mais paciente e didática. Afinal, todo mundo já foi iniciante em algum momento.

A propósito, se o que você busca é uma comunidade Linux brasileira que seja acolhedora e bem moderada, seja bem vindo ao fórum Diolinux Plus!

Este conteúdo é um corte do Diocast. Assista na íntegra ao episódio onde conversamos sobre a crescente adoção do Linux por criadores de conteúdo que nem sempre atuam na bolha tech, ou que não visam um público tão especializado, com destaque ao PewDiePie. Será que é isso que o pinguim precisava para ser finalmente alavancado às massas?

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